Senador impediu votação de projeto que acaba com 14º e 15º salários de parlamentares
Maria Lima
O Globo

Ele é filho do senador Reditário Cassol
(PP-RO), seu suplente, que no mandato foi para a tribuna defender o uso de
chicote em presidiários que se negarem a trabalhar para sustentar suas famílias
ao invés de ficar pendurados no auxílio reclusão.
- O político no Brasil é muito mal
remunerado! Tem que atender ao eleitor com pagamento de passagens, remédio, é
convidado para patrono e tem que pagar as festas de formatura porque os jovens
não têm dinheiro - disse Cassol.
Ao ser indagado se esse papel de atender
aos carentes não seria do Estado e o político o faz por troca de votos, ele
reagiu:
- Se for alguém bater na sua porta
pedindo uma Cibalena você vai negar? O político não faz isso só por barganha de
votos. Eu faço por uma questão humanitária. Tenho certeza que uma zeladora aqui
da Casa ganha muito mais que vocês jornalistas.
Ao vê-lo discutir com os jornalistas do
lado de fora da comissão, o senador Lindberg Faria (PT-RJ), relator do projeto,
tentou argumentar:
- Essa ajuda de custo fazia sentido lá
atrás quando os senadores se mudavam com suas famílias para Brasília. Isso não
existe mais!
Cassol ainda se defendeu, dizendo não
ser “vilão”:
- Mas eu quero me inteirar melhor do
projeto. Quando me perguntaram se eu concordava com o 14º e 15º salários sem
imposto de renda, eu disse que o dinheiro que estava na minha conta certamente
era legal. Não sou o vilão da história. O senador que votar contra aqui , pelo
fim do benefício, vai ter que provar que devolveu tudo que recebeu - respondeu
Ivo Cassol.
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