Texto polêmico já conta com 386
assinaturas incluindo civis
O GLOBO
BRASÍLIA - Com anúncio de punição aos
militares que assinaram o manifesto "Alerta à Nação - eles que venham,
aqui não passarão", texto que critica a interferência do governo Dilma,
publicado no site do Clube Militar, aumentou a adesão de militares ao movimento
e civis também passaram a assinar o texto.
Com a atualização feita na tarde desta
sexta-feira, no site "A verdade sufocada", o número de assinantes
passou para 322 militares e 64 de civis. Na terça-feira, eram cem militares.
A reação começou com a decisão do
governo em punir por indisciplina os militares que assinam o manifesto. No
texto, os militares da reserva criticaram a interferência do governo no site do
Clube Militar e o veto a um texto ali publicado que critica a presidente Dilma
Rousseff e duas ministras. Nesse "Alerta à Nação", os oficiais
afirmam não reconhecer "qualquer tipo de autoridade ou legitimidade” de
Celso Amorim para determinar a retirada do texto.
"Em uníssono, reafirmamos a
validade do conteúdo do Manifesto publicado no site do Clube Militar, a partir
do dia 16 de fevereiro, e dele retirado, segundo o publicado em jornais de
circulação nacional, por ordem do Ministro da Defesa, a quem não reconhecemos
qualquer tipo de autoridade ou legitimidade para fazê-lo", diz o
documento.
Como no manifesto vetado no site do
Clube Militar, o documento divulgado terça-feira também critica a criação da
Comissão da Verdade. "A aprovação da Comissão da Verdade foi um ato
inconsequente, de revanchismo explícito e de afronta à Lei da Anistia com o
beneplácito, inaceitável, do atual governo".
O texto publicado no site do Clube
Militar atribuía a Maria do Rosário e a Eleonora Menicucci declarações que
estariam a serviço do que classificaram de "minoria sectária",
disposta a reabrir feridas do passado. O primeiro manifesto polêmico foi assinado
pelos presidentes do Clube Militar, Renato Cesar Tibau Costa; do Clube Naval,
Ricardo Cabral; e do Clube da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista, todos já
na reserva. No texto, dizem que Rosário vem apregoando a possibilidade de
apresentação de ações judiciais para criminalizar agentes da repressão,
enquanto Menicucci teria usado a cerimônia de posse — em 10 de fevereiro — para
tecer "críticas exacerbadas aos governos militares", sendo aplaudida
por todos, até pela presidente.
O texto diz ainda que o Clube Militar
não se intimida e continuará atento e vigilante e diz que as Forças Armadas são
a instituição com maior credibilidade na opinião pública.
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