Num longo artigo, com o título de "Tristes papéis ou a distância entre o
discurso e a prática...", publicado no facebook, o médico Igor Lago volta a disparar ataques contra a direção nacional do PDT, atingindo também o grupo que se apossou do partido no Estado. Confira a íntegra do artigo.
No último dia 20 de março, a Executiva
Nacional do PDT publicou a resolução n. 04/2012, que fixa normas para a escolha
de candidatos e formação de coligações para as eleições municipais de 2012,
assinada pelos donos do nosso Partido, os senhores Carlos Lupi (presidente
nacional desde 2004) e Manoel Dias (secretário geral desde 1999).
Chamam a atenção três artigos dentre os
14, quando se refere à Convenção Municipal, no capítulo 1, artigo 1, que é
prioridade para o PDT o lançamento de candidatura própria nas eleições de 2012,
no maior número de municípios, em especial nas capitais.
O capítulo 2, das Coligações, o artigo
7, na impossibilidade de lançar candidato próprio, o partido poderá celebrar
coligações para a eleição majoritária, proporcional ou para ambas, podendo
nesse último formar-se mais de uma para a eleição proporcional entre os
partidos que integram o pleito majoritário a nível municipal, obedecendo sempre
a participação das direções estaduais.
E o artigo 8, as propostas de coligação,
em se tratando de apoio a candidato de outro partido nos municípios com mais de
50.000 eleitores, serão submetidas para aprovação da direção estadual, até 10
dias antes da convenção municipal. A direção estadual deliberará em até 5 dias,
após o recebimento da proposta.
Parágrafo único – o mesmo procedimento
será adotado perante a direção nacional para as propostas de aliança para
apoiar candidatos a prefeito de outro partido para as capitais e municípios
acima de 100.000 eleitores.
Fica muito claro que a Direção Nacional
do PDT toma as rédeas para si de todo o processo eleitoral, especialmente nos
municípios acima de 100.000 eleitores. Portanto, o resultado eleitoral deve,
até prova em contrário, ser de responsabilidade da mesma. Expressa, de forma
clara e inequívoca, a preferência por candidaturas próprias, em especial nas
capitais. Com relação às coligações, não define nem aconselha os perfis das
mesmas. Ou seja, o PDT pode coligar-se com todos. Nem uma consideração geral no
sentido de apontar coligações com partidos políticos ou candidatos que se
pautam pela ética e pelos valores republicanos. Nenhuma menção a alianças com
partidos afeitos às Oligarquias que atrasam os nossos estados e,
consequentemente, o nosso país. Nada disso.
É de bom alvitre, em se tratando de interesse
partidário maior, a adoção de políticas partidárias que visem o fortalecimento
do Partido em acordo com as realidades locais, especialmente em resposta aos
cada vez mais naturais e crescentes anseios por políticas públicas de grande
impacto para atender às necessidades de nossas sociedades. Isto, inclusive,
está nos princípios, ideais e história de nosso Partido! Se, no presente, é
assim para com os outros estados, o que duvido, não o é para com o Maranhão,
pois desde o falecimento do ex-governador Jackson Lago, o nosso Partido
enfrenta, por parte daqueles notórios senhores, ações adversas ao nosso
fortalecimento ao adotarem uma política mesquinha de privilegiar um setor
minoritário em desrespeito à grande maioria de nosso Partido que teve como principal
norte de suas ações a reorganização sob o legado de nosso principal líder.
Indubitavelmente, há uma distância
enorme entre o discurso e a prática adotada pelos "admiráveis" dois
senhores. Aqui, no Maranhão, além de não apoiar os nossos trabalhos à frente da
Comissão Estadual e, a rigor, sabotarem as nossas ações que levaram à
reorganização de nosso PDT em 211 dos 217 municípios maranhenses, tínhamos como
meta o fortalecimento da tese de candidatura própria em São Luis, que seria
discutida por todos os membros de nosso Partido, sem imposições e que a opção
fosse o que a maioria decidisse.
Não podemos deixar de afirmar que o
nosso Partido maranhense foi vítima de interesses pequenos por parte daqueles
dois senhores da Direção Nacional, que se guiaram única e exclusivamente para
conseguir, momentaneamente, e a qualquer custo, um simples mandato de deputado
federal a um de nossos suplentes que, a bem da verdade, dispensa qualquer
comentário sobre a sua reputação.
Querem, a todo instante, tornar o nosso Partido
num balcão de negócios que, a rigor, obedece à lógica “do quem dá mais”. Nos
tiraram da presidência da Comissão Estadual por retaliação, bem como por
saberem que não compactuamos com determinadas políticas velhas e arcaicas que,
infelizmente, assenhorearam-se de nosso PDT. Até quando?
Agora, sob a nova direção maranhense,
que não tem a estatura moral e política para enfrentar os enormes desafios do
presente e futuro de nossa capital e nosso estado (sempre sob o patrocínio
daqueles senhores nacionais!), pautam-se por ações partidárias fisiológicas em
torno de interesses de mandato de deputado federal, de cargos e outras
vantagens para declararem apoio a um ou outro dos pré-candidatos a prefeito de
nossa capital. Querem o PDT resumido às boquinhas!
Triste papel para um Partido que
continua a ser um dos maiores de nossa cidade em número de filiados e que
protagonizou as maiores conquistas populares em nossa querida cidade de São
Luis. Triste papel para um Partido com toda uma tradição de luta pela democracia,
liberdade e justiça social em nosso sofrido e abandonado estado.
Igor Lago
09 de abril de 2012.
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