Polícia Civil do RJ realiza "operação dinheiro fácil" e prende integrantes de quadrilha especializada em falsos empréstimos

Operação acontece no Rio, Minas e no Espírito Santo. Ao todo, são 32 mandados prisão. Entre os procurados estão PMs ligados a grupos de agiotagem 

 

AThos Moura/O Globo 

 

Vinte e seis pessoas já foram presas na manhã desta sexta-feira durante a operação Dinheiro fácil da Polícia Civil, que acontece no Rio, em Minas Gerais e no Espírito Santo, contra uma quadrilha especializada em falsos empréstimos. No Estado do Rio, os agentes cumprem 23 mandados. Outros sete são cumpridos em Belo Horizonte, e dois no Espírito Santo. Também são cumpridos 32 mandados de busca e apreensão nos três estados. Entre os procurados estão PMs ligados a grupos de agiotagem. 

 

Segundo o delegado adjunto da 12ª DP (Copacabana), Alexandre Magalhães, os criminosos faziam anúncios em jornais populares oferecendo empréstimos e teriam dado um prejuízo em torno de R$ 1 milhão. O cliente interessado era orientado a depositar uma quantia proporcional ao valor do empréstimo solicitado como se fosse uma liberação de crédito. Os estelionatários faziam um depósito com um envelope vazio. No extrato da conta corrente do cliente, o valor aparecia como bloqueado. Ao entrarem em contato novamente com os estelionatários, muitas das vítimas eram lesadas novamente, ao serem informadas de que era preciso realizar um novo depósito. 

 

— A quadrilha não tinha endereço físico, mudava constantemente de telefones e dificultava até que a polícia os encontrasse. Esse método permitia que eles enganassem uma pessoa na Praia de Ipanema ou em Marataízes, no Espírito Santo — disse o delegado. 

 

Uma das líderes da quadrilha foi presa em casa, na Avenida Santa Cruz, em Realengo, na Zona Oeste. Segundo as investigações, os depósitos eram realizados em sua conta corrente. Maria Cristina Parras arrecadou cerca de R$ 15 mil em apenas um mês aplicando o golpe. Seus filhos e seu ex-marido também foram presos. Eles são acusados de também receberem depósitos em suas contas. Maria Cristina foi candidata a vereadora nas últimas eleições pela PRP. 

 

Ainda de acordo com o delegado, o inquérito que desencadeou a operação foi aberto há cinco meses. No entanto, segundo ele, já existem investigações de dez anos sobre o grupo. Alexandre Magalhães informou ainda que a quadrilha já chegou a extorquir R$ 8 mil de apenas uma vítima. Pelo menos 5 mil pessoas foram lesadas. 

 

A ação conta com 220 agentes da Polícia Civil, policiais de várias delegacias distritais da Capital, Baixada, Interior, e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), além da Corregedoria da Polícia Militar. Os presos serão indiciados por formação de quadrilha e extorsã.