No encontro que contou com a presença de cerca de 20 parlamentares, o ex-presidente disse que ele está sendo "perseguido" pela força-tarefa que investiga o esquema de corrupção da Petrobrás.
Lula esteve em um café com senadores na casa de Renan Calheiros |
RICARDO BRITO - O ESTADO DE S. PAULO
Brasília - Em café da manhã na
residência oficial do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu uma reação dos senadores após ele
ter sido alvo de uma condução coercitiva na última sexta-feira determinada pela
nova fase da Operação Lava Jato. "Estão querendo me incluir de todo o
jeito. Estão forçando a barra", reclamou o petista, conforme relatos
obtidos pelo Broadcast Político.
No encontro que contou com a presença de
cerca de 20 senadores, Lula disse que ele está sendo "perseguido"
pela força-tarefa que investiga o esquema de corrupção da Petrobrás, embora não
tenha citado nominalmente o juiz Sérgio Moro, responsável pela operação. Ele
defendeu que os senadores deveriam se manifestar sobre a condução da qual ele
foi alvo, que classificou como "ilegal".
No início do café, o ex-presidente fez
questão de destacar que não é dono do tríplex no Guarujá (SP) nem do sítio em
Atibaia (SP), imóveis cuja Lava Jato suspeita que seja patrimônio oculto do
ex-presidente. Contudo, Lula não deu maiores detalhes sobre as propriedades,
mas ressaltou que já prestou todos os esclarecimentos à Justiça.
Participaram do encontro senadores do
PMDB, do PT, do PP, do PDT e do PC do B, todos integrantes da base aliada do
governo da presidente Dilma Rousseff. O Senado é a Casa Legislativa que,
proporcionalmente, tem mais parlamentares investigados na operação: 13 dos 81
senadores são alvos de inquéritos no Supremo Tribunal Federal, inclusive Renan
Calheiros.
Após a explanação inicial, Lula e os
senadores começaram a conversar sobre a preocupação com a economia brasileira.
Presente ao encontro, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) afirmou que não foi
discutida na reunião suposta nomeação de Lula para algum ministério do governo,
o que daria ao ex-presidente a prerrogativa de ser investigado apenas pelo
Supremo. O PT tem pressionado Lula a assumir o cargo temendo que ela venha a
ser preso pelo juiz Sérgio Moro.
Lula está em Brasília desde terça-feira,
8, para tentar ajudar o governo Dilma Rousseff a enfrentar a crise política e
tentar conter o avanço do apoio a um processo de impeachment da presidente,
assim como uma debandada na base aliada. Ele jantou com Dilma e com os
ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo)
na noite de terça e participou do encontro com parlamentares nesta manhã.
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