
Um abalo para a República! A revelação de
uma relação antiga de uma das maiores construtoras do país com políticos de
diversos partidos. Uma das escoadoras de dinheiro público para campanhas e para
os bolsos de políticos. Os dados revelam que as operações de repasses de dinheiro têm muito tempo. Coisa de organização criminosa. Uma revelação que deixa os algozes de
Dilma e do PT sem discurso.
Um verdadeiro
escândalo que foi quase encoberto pelo Jornal Nacional, principal noticioso da
TV Globo, que tem sido a principal incentivadora do golpe contra a democracia,
a Constituição e o estado democrático de direito. Em uma leitura de nota
coberta, destaque somente para os partidos listados no esquema da Odebrecht.
Nenhuma vírgula sobre os ‘chefões’ do golpe.
E a desculpa do
apresentador William Bonner?: “O Jornal Nacional não vai divulgar os nomes de
políticos por um motivo: além de a polícia não saber se cometeram alguma
ilegalidade, a lista inclui mais de 200 pessoas, de todos esses partidos. Não
faria sentido escolher uns e omitir outros. E o tempo não nos permitiria
divulgar todos”. Em outras ocasiões, os principais nomes seriam divulgados, sem dó nem piedade.
A emissora da
família Marinho não teria tido o mesmo comportamento se os nomes de Dilma
Rousseff e Lula estivessem nas relações. Seria uma edição inteira para
escancarar o fato e jogar mais lenha na fogueira da crise política. Como a
lista não chegou ao Palácio do Planalto, melhor esquecer, fazer de conta que os
algozes do governo receberam doações legais de campanha.
Poderiam alegar
também que o juiz Sérgio Moro determinou o sigilo das tais planilhas. Um zelo
que o juiz não teve com os vazamentos das interceptações ilegais de conversas
entre a presidente Dilma e o ex-presidente Lula e seus familiares. Soou como
medida protetiva aos que trabalham pelo golpe. Afinal, o alvo é a presidente
Dilma e o PT.
A atitude da
Globo mostra claramente, mais uma vez, que ela faz parte de um grande complô
para o golpe, custe o que custar. Na verdade, é a porta-voz dos movimentos
golpistas. Revive 1964, quando esteve na linha de frente do golpe militar. Atolada
em dívidas, a TV fundada durante a ditadura, aposta em um novo governo para
voltar a abarrotar seus cofres com dinheiro público. Por ter apoiado o golpe
militar, a emissora viveu um longo período de fortalecimento.
Em 1972, Walter
Clark, declarou: “Com certeza a rede de televisão que dirijo foi beneficiada
com a coincidência de ter sido planejada e inaugurada no período de 64, quando
o País tomou novos rumos”. Enquanto era favorecida pela ditadura militar, a
Rede Globo procurava legitimar ideologicamente o regime. As empresas de Marinho
atuaram em sintonia com o regime e seu órgão de propaganda, a Assessoria
Especial de Relações Públicas (Aerp), na criação de um clima de euforia e
ufanismo. Criava-se o “padrão Globo de qualidade”, no qual se via um Brasil
“moderno” e consumista, livre de contradições e miséria.
É esse papel que
a Globo irá desempenhar, em caso de novo golpe: mostrar para todo o país que as
esperanças se renovaram, que o Brasil vai retomar o caminho do desenvolvimento,
que a economia voltará a crescer, e por aí vai. Será a ponta de lança de um
governo golpista. Quem sabe sua tábua de salvação.
Por questão de
sobrevivência, a Globo seguirá poupando os líderes golpistas. Sem o golpe, correrá
um sério risco de fechar as portas.
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