Por que essa medida tão rápida? Não se
viu a mesma preocupação do juiz em vazamentos anteriores. Será que é porque
consta o nome do tucano Aécio Neves e de caciques do PMDB como beneficiários
do esquema montado pela Odebrecht?
Não custa lembrar que foi o próprio Moro
quem se apressou em divulgar os áudios da conversa entre Lula e Dilma, logo
após a definição do nome do ex-presidente para a Casa Civil. Além disso, foram
divulgados diversos áudios de conversas entre familiares do ex-presidente. Foi
essa atitude irresponsável do juiz que terminou colocando mais combustível na
crise política.
Em despacho, o juiz também intima o
Ministério Público Federal que se manifeste "com urgência" sobre o
envio do documento ao STF (Supremo Tribunal Federal). "Para continuidade
da apuração em relação às autoridades com foro privilegiado", afirmou o
juiz.
O documento foi disponibilizado pela
Polícia Federal nos autos de busca e apreensão da Operação Acarajé, 23ª fase da
Lava Jato, que foca o marqueteiro João Santana e sua mulher e sócia, Mônica
Moura.
Os papéis eram públicos até a manhã
desta quarta-feira (23), mas já estão sob sigilo. Na relação da Odebrecht,
surgem nomes de ministro do governo, senadores e deputados, todos com foro no
STF.
"Em decorrência de notícias da
imprensa, constato que, aparentemente, na residência de Benedicto Barbosa da
Silva Júnior foram apreendidas listas com registros de pagamentos a agentes
políticos", diz Moro no despacho.
"Prematura conclusão quanto à
natureza desses pagamentos. Não se trata de apreensão no Setor de Operações
Estruturadas da Odebrecht e o referido Grupo Odebrecht realizou, notoriamente,
diversas doações eleitorais registradas nos últimos anos", ressalta o juiz.
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