quarta-feira, 16 de março de 2016

Renan Calheiros e integrantes do “grupo de Sarney” receberam propina por Belo Monte, diz Delcídio

Segundo Delcídio, Renan Calheiros faz parte de um “núcleo duro”, formado por integrantes da bancada do partido no Senado, que monopoliza as nomeações no governo federal — não apenas em empresas de energia, como também em agências reguladoras e ministérios. Esse grupo, conforme Delcídio, sofre influência do ex-presidente e ex-senador José Sarney.

do Jornal Zero Hora
Porto Alegre

A delação premiada do senador Delcídio Amaral (PT-MS) cita que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), faz parte do núcleo do PMDB que recebeu propina na construção da usina de Belo Monte. Conforme Delcídio, o ex-ministro Silas Rondeau (Minas e Energia) destinou propinas para o “grupo de José Sarney”, formado por, além de Calheiros, o ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão (PMDB-MA), o próprio Rondeau, Romero Jucá (PMDB-RR), Valdir Raupp (PMDB-RR) e Jader Barbalho (PMDB-PA).

— Houve o pagamento, à época, de ao menos R$ 30 milhões, a título de propina pela construção de Belo Monte, pagos ao PT e ao PMDB — cita o documento.

Segundo Delcídio, Renan Calheiros faz parte de um “núcleo duro”, formado por integrantes da bancada do partido no Senado, que monopoliza as nomeações no governo federal — não apenas em empresas de energia, como também em agências reguladoras e ministérios. Esse grupo, conforme Delcídio, sofre influência do ex-presidente e ex-senador José Sarney.

Além de Calheiros, estariam no núcleo Romero Jucá, Eunício Oliveira (PMDB-CE), Valdir Raupp e Edson Lobão. Conforme Delcídio, nomes como o de Nestor Cerveró passaram a ser apadrinhados pelo PMDB:

— Na Petrobras, abraçaram a manutenção de Paulo Roberto Costa na Diretoria de Abastecimento e Nestor Cerveró na Diretoria Internacional, como consequência do escândalo do mensalão — diz o documento.

Delcídio afirma ainda que as diretorias da ANS e da Anvisa foram indicadas principalmente por Calheiros, Eunício Oliveira e Romero Jucá e que estes possuem ¿papel e força incontestável quanto a essas indicações¿.

— Jogaram “pesado” com o governo para emplacar os principais dirigentes dessas agências. Com a decadência dos empreiteiros, as empresas de planos de saúde e laboratórios se tornaram os principais alvos de propina para os polîticos e executivos do governo — pontuou o ex-líder do governo no Senado.

No documento, Delcídio diz que testemunhou a ligação próxima de Renan Calheiros com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado. Delcídio fala que não pode provar que Machado recebeu propina. Porém, pela proximidade corn Renan, pelo tempo de permanência no cargo e pelas contratações realizadas pela Transpetro, considera que ¿valores relacionados a contratos dessa empresa foram repassados a políticos a título de propina¿.


— Seguidas vezes o vi (Sérgio Machado), semanalmente, despachando com Renan na residência oficial da presidência do Senado.

Confira trecho onde Delcídio faz referência a Sarney.

Propina de R$ 30 milhões pela construção da Usina de Belo Monte

Sarney comanda o núcleo duro do PMDB




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