Rádio Voz do Maranhão

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Flávio Dino: “Quando o 1% mais rico se une em torno de um pato, o povo sabe que tem de estar do outro lado”

Confira a íntegra do discurso do governador Flávio Dino
O governador aconselhou a oposição a esperar 2018 para disputar as eleições. “Mas não querem esperar eleição porque não têm como ganhar voto com esse programa de restrição de direitos”, diz Flávio Dino.
Parlamentares que votaram contra o processo de impeachment no domingo (17/abril) foram homenageados pela seção maranhense do PCdoB em São Luís. Em ato na Assembleia Legislativa do Maranhão, na noite de quarta-feira (20), o governador Flávio Dino entregou uma placa a cada um dos deputados maranhenses que votaram contra o impeachment, além de deputados de outros estados convidados, como Wadih Damous (PT-RJ), Jean Wyllys (P-Sol-RJ) e Alessandro Molon (Rede-RJ).

O governador do Maranhão afirmou ser necessária a homenagem pois, “ali, nos 30 segundos entre o deputado ser chamado e ir até o microfone, o mais fácil era votar com a maioria, mesmo contra a própria opinião, como sei que muitos fizeram”.

Antes de se dirigir aos presentes, o governador prestou uma homenagem a “uma mulher que já entrou para a história, aconteça o que acontecer”, a presidenta Dilma Rousseff. “Porque não é fácil, não é fácil enfrentar o que esta mulher está enfrentando. Todo tipo de ataque e ofensa, cujo auge foi aquele voto daquele deputado fascista, criminoso e torturar, cujo nome não declino para não homenageá-lo”, afirmou.

Professor de direito e ex-juiz federal, o governador ironizou a tese usada para buscar a cassação da presidenta. “Estudo direito há 30 anos, nunca vi algo tão forjado quanto a invenção do crime de responsabilidade chamado "pedalada fiscal"”.

O governador aconselhou a oposição a esperar 2018 para disputar as eleições. “Mas não querem esperar eleição porque não têm como ganhar voto com esse programa de restrição de direitos”, diz Flávio Dino. “Quando o 1% mais rico do país se reúne em torno de um pato para defender seus interesses, os pobres deste país não podem ter dúvida qual lado é correto”, afirmou.

Flávio Dino demonstrou confiança em que as mobilizações sociais vão barrar possíveis retrocessos. “Os movimentos sociais estão mostrando que quem constrói história deste país é o povo organizado para defender seus direitos”, afirmou.

MEMÓRIA DE JACKSON LAGO
"Nós não estamos discutindo acertos ou erros de governo", disse o deputado Weverton Rocha (MA), líder do PDT, que apoia a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência em 2018. "O que está em jogo é algo muito maior que é a Constituição de nosso país".

Secretário do governo Jackson Lago (PDT), Weverton lembrou os dias que se seguiram à sua cassação sem provas. "Os que foram a Brasília articular votos a favor do golpe são os mesmos que aprenderam os caminhos para voltar ao poder sem passar pelo voto popular", lembrou Weverton, em referência à cassação de Jackson Lago (PDT) que levou ao poder de volta Roseana Sarney (PMDB).

"SE TEMER ASSUMIR, NÃO GOVERNA"
Representando os deputados de outros estados, Wadih Damous rejeitou a ideia de pedir eleições gerais. “Vamos lutar até o fim contra o golpe, para fazer valer o voto popular”, afirmou. “Se Michel Temer tomar posse não governará”, afirmou o parlamentar. Outro petista, o deputado Zé Carlos (MA) preferiu homenagear o governador. "Se há alguém merecedor deste prêmio é o governador do Maranhão que vem sendo um líder nessa batalha", disse. “Esta coragem premiada hoje não é a coragem de um partido, um deputado ou um governador. É a coragem de todo o povo”, afirmou o vice-líder do PCdoB na Câmara Rubens Pereira Jr (MA).

O vice-presidente da Câmara Waldir Maranhão (PP-MA) lamentou o “preconceito contra nós nordestinos que nos colocamos contra o golpe”. Mas afirmou que “o mundo está nos acompanhando, olhando a defesa que fazemos de nossa Constituição”.

Um comentário:

  1. Parabenizo à todos que tem coragem de manter suas convicções. A tristeza é o sentimento que nos assola.Cometer erros é comum,crimes são outras coisas.

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