“Quem vai respeitar a Constituição Federal nesse País? Estou sofrendo o pior dos agravos que é ser condenada injustamente. […] Eles não me afastarão, eu continuarei sendo a presidenta da República. Não acho que seja algo decisivo. Tenho que manter o que sou, sou presidente da República Federativa do Brasil, eleita por 54 milhões de votos”
A presidenta Dilma Rousseff afirmou,
nesta quarta-feira (20), que irá lutar em todos os níveis contra o que chamou
de “eleição indireta travestida de impeachment”. A declaração foi feita durante
entrevista concedida a blogueiros no Palácio do Planalto. Segundo a presidenta,
o governo, apesar de respeitar a legislação e a representatividade do
Congresso, considera ilegítima e distorcida a forma como se deu o rito do
pedido de interrupção do seu mandato.
“O que está em questão não é o meu
mandato, está em questão o processo democrático. Ou seja, está em questão
aquilo que a gente dava como garantido. Eu nunca achei que outra vez eu ia
estar lutando por democracia. Então, como isso está em jogo eu vou lutar em
todas as trincheiras que eu puder para derrotar esse golpe, onde for necessário
eu vou. […] Uma coisa é respeitar, outra coisa é saber que o rito foi
inteiramente permeado de cerceamento à defesa e desvio de poder por parte de
quem o conduzia”.
Ainda sobre o presidente da Câmara,
Eduardo Cunha, Dilma disse que ele foi o “conspirador-mor” da desestabilização
do seu governo e representa “o pecado original” do processo de impeachment.
“O conspirador faz o processo de
impeachment, não olhando as bases reais dele, mas olhando o fato de que os
seus, a sua negociação chantagista não tinha sido aceita. […] Mas o fulcro da
ilegitimidade é que quem quer me substituir e conspirou para isso, não tem voto
popular. E só tem um jeito de você legitimar-se na democracia, voto popular”.
Confiante em relação à continuidade do
seu governo, Dilma disse que chegou o momento de se provar quem são os
verdadeiros democratas do Brasil.
“Quem vai respeitar a Constituição
Federal nesse País? Estou sofrendo o pior dos agravos que é ser condenada
injustamente. […] Eles não me afastarão, eu continuarei sendo a presidenta da
República. Não acho que seja algo decisivo. Tenho que manter o que sou, sou
presidente da República Federativa do Brasil, eleita por 54 milhões de votos”
Questionada sobre que País espera deixar
para seu neto, Dilma disse desejar o fim do ódio, da intolerância e do preconceito contra índios, mulheres e
orientações sexuais.
“Quero um país em que o meu neto olhe
para povo brasileiro e lembre sempre que ele, o brasileiro, é o guardião de
tudo que nós temos de melhor. Então, que ele saiba ter um padrão de julgamento,
em que ele defenda aqueles que mais precisam e que ele viva num país melhor do
que eu vivi. Acho que ele vai vier, porque eu vivi uma parte da minha vida na
ditadura, estou vivendo na democracia. E acredito que nós vamos assegurar que
essa democracia inclua, desenvolva, que eticamente seja intolerante e não
incite o ódio nem o bullying”.
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