Vale
lembrar que a redução histórica de 100% no número de homicídios, no Complexo de
Pedrinhas, superou todas as expectativas, graças ao empenho demonstrado pela
gestão estadual em todas as áreas sociais que antes ou não existia ou era muito
tímida nos presídios maranhense.
"Certamente há muito a ser feito no sistema penitenciário maranhense, mas, pelo menos, deixou de ser a ante-sala do inferno", disse o juiz Gervásio Santos.

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Juiz Gervásio Santos |
Para o juiz maranhense Gervásio Santos Júnior, o Complexo penitenciário de Pedrinhas deixou de ser a ante-sala do inferno. A declaração foi dada no twitter, ao tomar conhecimento de que o presídio está há um ano sem apresentar registro de homicídio.
"Mais um avanço no Maranhão: Pedrinhas registra um ano sem homicídio. Quem conheceu de perto a crise penitenciária no Maranhão, em 2013/2014, sabe o que representa a marca de um ano sem mortes em Pedrinhas. Certamente há muito a ser feito no sistema penitenciário maranhense, mas, pelo menos, deixou de ser a ante-sala do inferno", disse o magistrado.
Segundo a SEAP, há um ano Complexo Penitenciário de
Pedrinhas deixou o rótulo de um dos presídios mais violentos do país e, essa
semana, completou um ano sem ocorrências de homicídios. O feito inédito se
estende ainda às unidades prisionais de toda a região metropolitana da capital,
que também não contabilizaram nenhum assassinato nesse período. A conquista é
fruto de intenso trabalho do Governo do Estado, por meio da Secretaria de
Administração Penitenciária (Seap).
Para ser mais preciso, a marca
se dá devido aos inúmeros investimentos realizados com intuito de garantir melhorias
na segurança interna prisional. Essas ações vão desde a contratação de agentes
penitenciários temporários e auxiliares de segurança; à
capacitação contínua desses servidores. Além disso, foi feita a aquisição de
detectores de metais que reforçam a segurança intramuros, tais como: raquetes,
banquetas, e o pórtico (porta).

“Foram providências que, além de
mudar radicalmente a realidade prisional do estado, contribuíram para uma
revista mais ‘humanizada’. O investimento em segurança prisional foi tão
relevante que o próprio Departamento Penitenciário Nacional (Depen) demonstrou
reconhecimento, e contribuiu com a aquisição de 39 banquetas, 91 raquetes, 15
pórticos e três esteiras de raios-X”, destacou o titular da Seap, secretário
Murilo Andrade de Oliveira.
Vale lembrar que a redução
histórica de 100% no número de homicídios, no Complexo de Pedrinhas, superou
todas as expectativas, graças ao empenho demonstrado pela gestão estadual em
todas as áreas sociais que antes ou não existia ou era muito tímida nos presídios
maranhense. Em 2013, por exemplo, foram registrados 51 assassinatos no complexo
prisional da capital, quase o dobro do total anotado em 2014, quando 24 mortes
violentas foram confirmadas.
Qualificação
Outro quesito que contribuiu
bastante para a redução da violência, em Pedrinhas, foi a qualificação dos
servidores. Pelo menos 300 já foram habilitados para as funções de agente
penitenciário temporário e auxiliar de segurança penitenciária. Os cursos ainda
capacitam os servidores para lidar com os internos. “Hoje, contamos com uma
equipe que trata o preso de forma humanizada”, afirmou o gestor de Segurança
Penitenciária, Ricardo Delmar.
A meta do governo é manter o
feito, tendo em vista a instalação da Portaria Unificada, que vai garantir a
padronização dos procedimentos de segurança em todas as unidades prisionais, e,
consequentemente, qualificar os índices já alcançados. “Essa portaria se refere
ao controle de acesso às unidades prisionais, no qual todos os servidores, sem exceção, serão submetidos à revista técnica”, disse também o secretário-adjunto
de Segurança Penitenciária, João Francisco Rodrigues.

Para melhorar a segurança
interna prisional, a Seap tem adotado uma série de procedimentos no intuito de
reduzir, ainda mais, os índices de mortes e fugas, sendo que este último,
apesar de ainda não ter alcançado a meta de -100%, se mantém em percentuais bem
próximos disso, em torno de -75%. Dentre os procedimentos está a separação de
presos por rivalidade, providência que atende de maneira integral o que
determina a Lei de Execuções Penais (LEP).
“O Art. 84 da LEP estabelece que
‘o preso que tiver sua integridade física, moral ou psicológica ameaçada pela
convivência com os demais presos ficará segregado em local próprio’. Ao
assumirmos o desafio de mudar o sistema prisional maranhense, confiado a nós
pelo governador Flávio Dino, seguimos também o que reza a legislação; e dessa
forma é que vamos avançar cada vez mais rumo a uma gestão prisional modelo”,
completou o titular da Seap.
Alimentação
Outra mudança posta em prática
nessa gestão, por meio de Portaria nº 743/15, foi a melhoria da alimentação fornecida
aos internos e, consequentemente a proibição da entrada de comida, trazida por
visitantes. A medida resultou na diminuição de materiais ilícitos e/ou não
permitidos, antes transportados às escondidas, dentro dos produtos que seriam
entregues aos presos; e foi otimizada com o reforço nas revistas diárias nas
celas, e individualmente nos internos.
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