Luiz Carlos Martins, executivo ligado à Camargo Corrêa, detalhou caminho do dinheiro ao senador maranhense e ex-ministro de Minas e Energia do governo Dilma
POR JULIA AFFONSO,
RICARDO
BRANDT,
MATEUS COUTINHO E FAUSTO MACEDO
O Estado de São Paulo
O delator Luiz Carlos Martins,
ligado à empreiteira Camargo Corrêa, afirmou em depoimento que cogitou comprar
R$ 1 milhão em suco de fruta para maquiar suposta propina ao senador Edison
Lobão (PMDB-MA), nas obras da Usina de Belo Monte. O executivo prestou novas
declarações à Polícia Federal, em Brasília, no fim de março, e reiterou tudo o
que disse em sua delação premiada.
Neste depoimento, Luiz Carlos
Martins detalhou a ‘operacionalização dos pagamentos’ a Lobão, que teriam
ocorrido em 2011, e envolveu a empresa AP Energy Engenharia e Montagem LTDA.
Lobão, na ocasião, era ministro de Minas e Energia do governo Dilma Rousseff.
“O ‘caminho’ utilizado para
fazer o dinheiro chegar ao destinatário, o então ministro de Minas e Energia
Edison Lobão, foi mencionado em reunião do Conselho-Diretor do CCBM (Consórcio
Construtor Belo Monte); que, especificamente, recorda-se que foram cogitados
vários “caminhos”, sendo que um deles envolvia Luiz Fernando Silva, que teria sido Secretario
Estadual no Maranhão e que teria vínculos com o então ministro Lobão”, relatou
o delator.

Luiz Carlos Martins disse à PF
que precisava ‘efetivar os repasses’ e solicitou ao funcionário da Camargo
Corrêa, Gustavo da Costa Marques, que fosse ao Maranhão para se certificar do
suposto vínculo entre Luiz Fernando Silva e o então ministro Lobão. Ao
retornar, contou o executivo, Gustavo Marques afirmou que o ‘caminho era aquele
mesmo, ou seja, via Luiz Fernando Silva’.
De acordo com o executivo,
Gustavo Marques lhe deu o telefone de contato de Luiz Fernando Silva e informou
que os valores deveriam ser encaminhados também a um empresário de nome Ilson
Mateus.
“Como se tratava de um
empresário atuante no ramo de supermercados, houve dificuldade da parte do
declarante quanto a forma de contratação de alguma empresa desse setor pela
Camargo Corrêa, de modo que os valores pudessem ser remetidos ao Maranhão”,
relatou Luiz Carlos Martins. “Enquanto discutia essa dificuldade com Gustavo
Marques, em momento de descontração, surgiu a ideia de aquisição de R$ 1 milhão
em suco de fruta, o que ilustra a dificuldade que havia em operacionalizar o
envio do dinheiro.”
Diante da dificuldade, Luiz
Carlos Martins contou que passou a procurar uma empresa com atividade
compatível com a Camargo Corrêa, que pudesse fazer a intermediação dos valores.
Na busca, teria surgido o nome do empresário Fernando Brito em conversas no conselho
do CCBM e, ‘mais a frente, tal nome contou com a confirmação de Gustavo
Marques, que já o conhecia e opinou no sentido de que o empresário poderia
auxiliar na questão’.
“Gustavo Marques agendou um
encontro entre o declarante e o empresário Fernando Brito, o qual se realizou
em um restaurante situado no bairro Itaim, em São Paulo, cujo nome não recorda;
que, nesse encontro, o empresário Fernando Brito efetivamente se dispôs a
auxiliar na intermediação dos valores, afirmando que, para tanto, poderia lançar
mão da empresa AP Energy, da qual fora sócio”, afirmou o delator.
“Fernando Brito interessou-se em
resolver a questão, pois pretendia atuar em outras frentes com a Camargo
Corrêa, como efetivo prestador de serviço.”
Luiz Carlos Martins afirmou que para
justificar contabilmente a saída de valores da empreiteira, houve a celebração
de um contrato entre a construtora e a AP Energy, ‘o qual, como era sabido por
todos, tratava-se de um contrato com objeto fictício’.
“O declarante solicitou ao
funcionário Arnaldo Feitosa que elaborasse uma minuta de contrato, nos moldes
adotados pela Camargo Corrêa, voltado à contratação de serviço de consultoria
na área de engenharia, cujas cópias e correspondentes notas fiscais já foram
apresentadas pela declarante; que Arnaldo Feitosa desconhecia absolutamente que
o contrato firmado entre a Camargo Corrêa e a AP Energy tratava-se de uma
simulação”, relatou.
Segundo o executivo, ‘a remessa
de valores ao Maranhão ficou ao encargo da AP Energy ou de outras empresas
ligadas a ela ou ata mesmo de seus sócios, não sabendo o declarante detalhes
operacionais a esse respeito’.
“Tem convicção de que os valores
chegaram ao destinatário porque cessaram as cobranças; que, posteriormente,
surgiu a necessidade de encaminhamento de novos valores ao Maranhão, também
destinados ao então Ministro Edison Lobão e a Camargo Corrêa utilizou-se do
mesmo “caminho” acima narrado, firmando novo contrato com a AP Energy,
igualmente com objeto fictício”, disse.
A reportagem não localizou a AP
Energy.
COM A PALAVRA, O ADVOGADO
ANTONIO CARLOS DE ALMEIDA CASTRO, O KAKAY
O criminalista Antonio Carlos de
Almeida Castro, o Kakay, que defende Edison Lobão, afirmou que o senador e
ex-ministro ‘desconhece essa empresa’.
“Nunca ouviu falar, não conhece
essas duas pessoas que seriam os donos da empresa. Realmente não tem a menor
noção de por que houve a citação.”
#ÉAgora
ResponderExcluirEu Sebastião Santos convido a todos para juntos fazermos uma reflexão a respeito do nosso amigo LUÍS FERNANDO.
Bravos e bravas, vocês não acham que estão querendo macular a honra de um dos homens mais sério do Maranhão?
Bravos e bravas, não adianta inventar algo para caluniar e difamar um cidadão do pilar do maranhense LUÍS FERNANDO SILVA. Será o porquê de toda essa armação? Bravos e bravas, LUÍS FERNANDO além de ser um homem sério e honrado, é competente e considerado um dos mais preparados gestor do estado, isso sim é que o passado confirma pela sua trajetória que registra a sua passagem nos mais diversos postos públicos. Por favor, não adianta armar contra LUÍS FERNANDO, o Maranhão conhece sua personalidade, tanto que São José de Ribamar por sua população aprova em porcentagem a beira dos 90% o seu retorno para a chefia da municipalidade balnearia.