"São notórios o destempero verbal e a parcialidade de Gilmar Mendes contra o PT. Ele não está à altura do cargo que ocupa. Suas ações, no âmbito da Suprema Corte, como a de juízes de primeira instância, têm maculado a imagem do Judiciário brasileiro", diz um trecho da nota.

A Bancada do PT divulgou nota,
neste domingo (7), em que repudia o mais recente ataque ao partido por parte do
ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atualmente na
presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Segundo a nota, assinada pelo
líder da Bancada, deputado Afonso Florence (PT-BA), "tira de vez a toga e
assume o papel de militante da direita brasileira" ao pedir a cassação do
registro do PT. Na última vez que o ato
pretendido por Gilmar Mendes - a cassação de um partido político - ocorreu, o
Brasil vivia uma ditadura militar.
O desejo de Mendes já foi objeto
de ação judicial do PSDB, legenda com a qual o ministro do Supremo não esconde
ter afinidades políticas, ideológicas e pessoais.
Confira a íntegra da nota:
NOTA
DA BANCADA DO PT NA CÂMARA
A Bancada do Partido dos
Trabalhadores na Câmara dos Deputados repudia mais uma ação seletiva e política
do ministro Gilmar Mendes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Ao pedir
a cassação do registro do Partido dos Trabalhadores, Mendes tira de vez a toga
e assume o papel de militante da direita brasileira. Sua decisão contra o PT
coincide com um momento em que se tenta cassar o mandato legítimo da presidenta
Dilma Rousseff, sem que tenha cometido crime de responsabilidade,
configurando-se um golpe e a instituição de um ambiente político e jurídico de
exceção no País.
Ao acusar o PT de ter se
beneficiado de recursos desviados da Petrobras, Gilmar Mendes evidencia sua
seletividade, já que outros grandes partidos – como o PSDB, PMDB, DEM e PP –
também receberam recursos de empresas investigadas na Operação Lava- Jato.
Sobre esses partidos, cala-se, como sempre, o presidente do TSE, que enxerga
problemas no sistema democrático brasileiro apenas quando se trata do PT.
A atitude autoritária do
presidente do TSE só encontra paralelo no regime autoritário encerrado em 1985.
A última vez em que um partido político foi cassado no Brasil foi mediante ato
institucional de uma ditadura militar. São notórios o destempero verbal e a
parcialidade de Gilmar Mendes contra o PT. Ele não está à altura do cargo que
ocupa. Suas ações, no âmbito da Suprema Corte, como a de juízes de primeira
instância, têm maculado a imagem do Judiciário brasileiro.
Ao pedir agora a cassação do
registro do PT, o ministro faz jus aos que o chamam de “tucano de toga” do STF.
O nosso Judiciário precisa de magistrados, não de militantes políticos.
Brasília, 7 de agosto de 2016.
Dep. Afonso Florence (BA), líder do PT na Câmara
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