O ex-deputado Carlos Braide, pai de Eduardo Braide, é acusado de comandar a "Máfia de Anajatuba" |
Por
Raimundo Garrone
A
máscara começa a cair. Aos poucos, a imagem de bom moço do candidato Eduardo
Braide (PMN) se desfaz. Com a chance dada pelo eleitor ao candidato do nanico
PMN, de ir ao segundo turno, começou a aparecer também o verdadeiro Eduardo
Braide.
O
jovem gentil virou um candidato autoritário que não aceita críticas e chega ameaçar
com processos os que dele discordam. Que o digam os médicos de São Luís, que
tiveram que ouvir no evento promovido pelo Conselho Regional de Medicina (CRM)
que “se todos agissem como ele, não haveria mais blogueiros em São Luís”.
Antes
fosse esse o pior erro de Braide. O candidato que justifica que não é racista
porque “até foi criado por uma mulher negra” é também o deputado que recebe
R$3mil por mês de auxílio moradia, mesmo tendo dois apartamentos de luxo em São
Luís. O candidato que se vangloria de não ter aliança com nenhum partido
político, ignorando que política se faz dialogando e buscando o consenso, na
verdade pediu o apoio do grupo Sarney e da própria ex-governadora Roseana –
conforme discurso de Adriano Sarney, neto do patriarca, na tribuna da
Assembleia Legislativa.
Novamente,
antes fossem esses os piores erros de Braide. A família do deputado estadual e
candidato à Prefeitura de São Luís Eduardo Braide é suspeita de envolvimento
com agiotagem e já foi denunciada pelo Ministério Público do Maranhão por
envolvimento em esquema de corrupção na cidade de Anajatuba. Fabiano Bezerra, apontado pela investigação
como um dos chefes das empresas fantasmas que recebiam dinheiro público, era
assessor do gabinete de Eduardo Braide e havia recebido, naquele ano, mais de
R$ 70 mil em emendas parlamentares do gabinete do deputado.
O
ex-deputado Carlos Braide, pai de Eduardo Braide, foi apontado como um dos
chefes do esquema e chegou a ter a prisão pedida ao Tribunal de Justiça do Maranhão.
Braide se elegeu deputado estadual com o apoio do então prefeito de Anajatuba,
Hélder Aragão, posteriormente preso na operação Attalea, da Polícia Federal.
O
candidato do nanico PMN alega ter dez anos de vida pública, mas nada tem a
mostrar de investimento efetivo para a cidade que quer governar. Estudos das
universidades federal e estadual do Maranhão já mostravam a poluição das praias
em São Luís em 2005, período em que o candidato ocupava a presidência da Caema.
Enquanto secretário de Orçamento Participativo do município, não deixou um
projeto que marcasse sua passagem pela gestão do ex-prefeito João Castelo.
Tudo
indica que a chance dada de boa vontade pelo eleitor subiu à cabeça de Braide,
fazendo-o pensar que a condescendência do eleitor é eterna. Mas a população vai
percebendo que o candidato que se auto-intitulava “novo” e “não-político”, tem,
na verdade, a pior das caras da velha política.
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