Senador deixará presidência e vai
assumir liderança do PMDB e pôr parceiro na CCJ
Isabela
Bonfim ,
O
Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - Renan Calheiros (PMDB-AL)
deixará a presidência do Senado em fevereiro do próximo ano, mas permanecerá no
epicentro do poder da Casa. Com o intuito de se blindar contra o aprofundamento
dos processos que enfrenta no Supremo Tribunal Federal (STF), o peemedebista
não voltará à condição de um senador comum. Ele pretende articular seus pares
para indicar os aliados mais fiéis para a composição da Mesa Diretora e das
principais comissões da Casa.
Sem a blindagem do cargo de presidente,
Renan vai assumir a liderança do PMDB e confiar a seus aliados postos-chave. O
enredo será semelhante ao seguido no início de 2015, quando foi reconduzido ao
comando do Senado. À época, ele bancou a montagem de uma Mesa leal que pôs o
PSDB longe do poder e da divisão de cargos. O resultado de sua estratégia pôde
ser visto neste mês – seu grupo endossou o desacato à decisão liminar do
ministro Marco Aurélio Mello, do STF, que o afastava da presidência do Senado.
Renan chega a 2017, porém, com algumas
desvantagens. Além de perder a prerrogativa de presidente do Congresso
Nacional, o que lhe assegura decisões em favor próprio, passou de investigado a
réu no Supremo, acusado por crime de peculato no caso de suposto pagamento de
contas por uma empreiteira em um relacionamento extraconjugal. Além disso,
Renan foi denunciado na Lava Jato e responde a 12 processos no STF.
Agora o PSDB ganhou espaço no governo
Michel Temer – antes era oposição da presidente cassada Dilma Rousseff – e
terão suas vagas na Mesa e em comissões. Renan, contudo, já costura a
participação de tucanos de perfil mais conciliador.
Os aliados de Renan deverão assumir a
presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), principal órgão
colegiado da Casa, além do Conselho de Ética, para onde são enviados processos
de suspensão e cassação de mandatos. Hoje, os cargos são ocupados,
respectivamente, por José Maranhão (PMDB-PB) e João Alberto Souza (PMDB-MA) –
senadores próximos tanto de Renan quanto de José Sarney. A ideia é manter nas
funções aliados cumpridores de ordem.
De posse da liderança do PMDB, Renan
ficará responsável pela indicação da maior parte dos membros de seu partido às
comissões da Casa. Ele ainda deterá força de barganha com os demais senadores
da bancada.
Cargos
Renan também trabalha para
aparelhar cargos cruciais da estrutura do Senado e que não são ocupados por
parlamentares, como a Advocacia-Geral do Senado, a Secretaria-Geral da Mesa e a
Polícia Legislativa. O advogado-geral é o responsável, por exemplo, pela
elaboração de pareceres que o Senado envia ao Supremo. Atualmente, o cargo é
ocupado por Alberto Cascais, chefe de gabinete de Renan.
A maior dificuldade estaria em pactuar
todas essas indicações com Eunício Oliveira (PMDB-CE), principal candidato à
presidência do Senado. De acordo com interlocutores do PMDB, Eunício estaria
disposto a abrir mão de indicações na Mesa Diretora para não criar disputas
internas no partido nem dificultar sua própria indicação. Entretanto, ele
gostaria de colocar seus aliados na Advocacia-Geral e na Secretaria-Geral.
À semelhança de como agiu nos últimos
anos, parlamentares acreditam que a atuação de Renan fora da presidência do
Senado deve ser alinhada com o governo – independentemente de quem esteja no
comando.
Durante o impeachment, Renan defendeu
até onde pôde a ex-presidente Dilma Rousseff, com uma cartada final que
permitiu que, mesmo afastada, a petista pudesse ocupar cargos públicos.
Rapidamente, migrou para o governo Temer e defendeu a agenda do Planalto, tendo
papel decisivo na manobra que permitiu a contagem do prazo e a manutenção do
calendário para aprovação da PEC do Teto.
se tem culpa tem que pagar nada de apadrinhamento, estamos vendo que querem passar a mao na cabeça do RENAN
ResponderExcluirRENAN,COLLOR,E OUTROS TEM QUE PAGAR PELOS SEUS ERROS QUE PREJUDICARAM OS BRASILEIROS