Nesta terça, também serão publicados no Diário Oficial primeiros
inquéritos para investigar militares
Os procedimentos demissionários têm prazo inicial de 30 dias para serem concluídos
Márcio Dolzan
O Estado de São Paulo/Enviado especial
VITÓRIA - A Polícia Militar capixaba iniciou nesta segunda-feira, 13,
processo para demitir 161 policiais militares que aderiram ao motim. No total,
703 agentes são investigados por envolvimento no protesto.
Além dos procedimentos de demissão, serão publicados no Diário Oficial
do Estado desta terça os primeiros Inquéritos Policiais Militares (IPMs)
referentes a dois tenentes-coronéis, um major e um capitão da reserva. Esses
são os primeiros IPMs instaurados em relação ao aquartelamento. E têm prazo
inicial de 30 dias para conclusão.
Nas conversas para liberar os batalhões, mulheres e mães de policiais
colocaram como exigência a não punição dos PMs que não trabalharam. Nesta
segunda, após nova rodada de negociações, o governo capixaba não aceitou a
proposta das mulheres e associações da categoria e, com isso, a paralisação da
PM deverá chegar hoje ao 11° dia.
Na nova tentativa, elas abriam mão do reajuste imediato de 43% aos
policiais, mas exigiam a incorporação de benefícios e anistia total. Em nota, o
Estado diz que, embora as entidades reconheçam “as condições limitadas do
governo” para reajuste, há pleitos que impactam o orçamento.
Nesta segunda, a Grande Vitória voltou a ter um dia normal, com a
reabertura de escolas e do comércio. Ao menos 1.743 PMs voltaram ao trabalho, o
que representa 17% do efetivo do Estado. Houve ainda grandes filas em bancos e
casas lotéricas.
Brasília
Membro da bancada da bala, o deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF)
apresentou nesta segunda um projeto que anistia PMs capixabas por “atuação em
movimentos reivindicatórios”. A proposta vai na contramão da orientação do
Planalto.
Na justificativa, Fraga diz que os policiais estão há quatro anos sem
reajuste e o governo estadual aprovou reformas que impuseram a criação de um
regime de previdência complementar, o que ele considera inconstitucional.
“Diante da flagrante contraprestação do Estado e contínua precariedade das
condições de trabalho, os militares ficaram sem opções.” /COLABOROU DAIENE
CARDOSO
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