A Operação Perfídia, desencadeada pela Polícia Federal na manhã desta
quarta-feira (26), cumpriu no Maranhão cinco Mandados de Busca e Apreensão,
sendo três em São Luís, um em Santa Inês e um em Imperatriz, além de uma
condução coercitiva na capital.
Três Mandados de Busca e Apreensão (MBA)
foram em cartórios em São Luís e no interior. A PF comunicou que não haverá entrevista
coletiva e nem divulgará fotos da operação.
A Operação Perfídia tem como objetivo desarticular uma organização
criminosa especializada em lavagem de dinheiro internacional, blindagem
patrimonial e evasão de divisas com ramificações em pelo menos cinco países.
Cerca de 200 policiais federais cumprem 103 mandados judiciais, sendo 55
de busca e apreensão, 46 de condução coercitiva e dois de prisão temporária. As
ações se concentram no Distrito Federal, mas também ocorrem na Bahia, Maranhão,
Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás, Pará, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro,
São Paulo e Tocantins.
As investigações começaram a partir de uma prisão em flagrante ocorrida
na imigração do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília/DF,
em agosto de 2016.
A Polícia Federal investiga se integrantes da organização realizavam
operações de câmbio não-autorizadas, além de dissimularem a aquisição de
imóveis de alto valor e promover a evasão de divisas. Para isso, eles se
utilizavam de “laranjas” e falsificavam documentos públicos, especialmente
certidões de nascimento emitidas em cartórios no interior do Brasil.
O denominado núcleo duro do grupo, formado por proprietários de postos de
gasolina, agências de turismo, lotéricas, entre outros estabelecimentos, era
responsável pela aquisição fraudulenta de imóveis e ativos para fins de lavagem
de dinheiro. Somente em uma das operações de compra e venda identificadas pela
PF o negócio chegou a R$ 65 milhões.
A organização criminosa contava ainda com o apoio de advogados,
contadores, serventuários de cartórios, empregados de concessionárias de
serviços públicos e até de um servidor da Polícia Federal.
Em ação realizada ainda no ano de 2016, em endereços ligados a um dos
integrantes do núcleo duro, foram encontrados documentos que apontam para uma
empresa do tipo offshore controlada pela organização no exterior que pode ter
realizado movimentações que excedem US$ 5 Bilhões.
Perfídia
O nome da operação é uma referência à traição e deslealdade dos
integrantes do núcleo duro da organização criminosa com o País.
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