O juiz Flávio Roberto Ribeiro Soares, da Central de Inquéritos de São
Luís, determinou na noite desta sexta (12), a soltura do agiota Josival
Cavalcanti da Silva, o “Pacovan”, e das outras 17 pessoas presas na
quinta-feira da semana passada (4), na “Operação Jenga”, da Polícia Civil do
Maranhão.
O bando foi preso sob a acusação de lavagem de dinheiro envolvendo postos
de combustíveis localizados na região metropolitana de São Luís, além de Zé
Doca e Itapecuru Mirim. O esquema criminoso movimentou mais de R$ 200 milhões
em espécie e bens, segundo a polícia.
Em sua decisão o juiz Flávio Soares alegou que os acusados não apresentam
risco em liberdade, mas determinou que “Pacovan” seja monitorado por
tornozeleira eletrônica.
A decisão veio acompanhada pelo indeferimento (negativa) da prisão
preventiva (sem prazo para terminar) de cinco dos acusados – Pacovan, Edna
Maria Pereira (sua mulher), Thamerson Damasceno Fontinele, Geraldo Valdonio
Lima da Silva e Jean Paulo Carvalho Oliveira – pedida pelo delegado Tiago Bardal,
chefe da Seic, que comandou a “Operação Jenga”.
Para Bardal, os cinco formam o ‘núcleo cerebral’ do grupo criminoso.
Veja a relação dos presos na “Operação Jenga”:
1 Samia Lima Awad
2 Thamerson Damasceno Fontinele
3 Simone Silva Lima
4 Josival Cavalcanti da Silva
5 Edna Maria Pereira
6 Rafaely de Jesus Souza Carvalho
7 Creudilene Souza Carvalho
8 Ilzenir Souza Carvalho
9 Adriano Almeida Sotero
10 Geraldo Valdonio Lima da Silva
11 Lourenço Bastos da Silva Neto
12 José Carvalho Campelo
13 Telmar Carvalho Campelo
14 João Batista Pereira
15 Kellya Fernanda de Sousa Dualib
16 Manassés Martins de Sousa
17 Jean Paulo Carvalho Oliveira
18 Francisco Xavier Serra Silva
O agiota já esteve preso, em 2015, por crime de agiotagem envolvendo
prefeituras maranhenses. Em 2016, o suspeito cumpria sentença monitorado por
tornozeleira.
“Esta quadrilha liderada pelo Pacovan está sendo investigada há vários
meses, e, agora, a polícia conseguiu desarticular um esquema que movimentou
milhões cometendo fraudes diversas. A operação continua para que os demais
envolvidos sejam presos e este esquema não volte a ocorrer”, enfatizou o
secretário Segurança, Jefferson Portela, durante entrevista coletiva na
apresentação da quadrilha.
O esquema fraudulento movimentou mais de R$ 200 milhões com participação
de contadores, comercializadores de hortifrutigranjeiros, de construtoras e
revendedores de combustíveis.
61 caminhões foram apreendidos em uma grande garagem de propriedade do
agiota Pacovan. Os veículos estão em nome de terceiros, possivelmente pessoas
que têm débito com o agiota.
“A apuração aponta que Pacovan montou uma rede criminosa utilizando
empresas para lavar dinheiro, e, possivelmente, para desvio de verbas
públicas”, explica o delegado-geral de Polícia Civil, Lawrence Melo. A próxima
etapa dos trabalhos tem foco nos que operavam diretamente na lavagem do dinheiro
- o Pacovan, familiares do suspeito e pessoas de fachada usadas como
‘laranjas’. Foi identificado que a movimentação financeira das empresas era
incompatível com a estrutura física que possuíam, além de outros indícios,
culminando com a investigação, que já dura um ano.
Na lista de empresas estão sete postos de combustíveis, destes, cinco na
Região Metropolitana de São Luís, um no município de Zé Doca e outro em
Itapecuru Mirim envolvidos no crime - que foram interditados. Segundo a lista
da polícia, os postos localizados na região metropolitana da São Luís são
Laranjal (Estrada de Ribamar); Santa Terezinha (Araçagi); Petrobrás (Angelim);
Joyce 2 (Alemanha) e 3 (Rodoviária). “Com essa operação, a Segurança
desarticulou um esquema que poderia ser ampliado a outras áreas e causar grande
leso financeiro. Vamos prosseguir para apontar os demais envolvidos”, disse o
titular da Seic, Tiago Bardal.
Com informações de O Informante
Com informações de O Informante
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