Ligado a José Sarney, o senador João
Alberto Souza gastou 45 000 reais da cota parlamentar com um instituto cujo
dono já foi alvo de operação
Por Gabriel Mascarenhas
Veja
João Alberto Souza, o presidente do
Conselho de Ética do Senado, nunca foi afeito a investigações profundas contra
seus pares. Não é à toa que Aécio Neves anda aliviado por saber que o colega
peemedebista continua à frente do colegiado.
Basta dizer que, na semana passada, João
Alberto declarou publicamente que a Casa não concorda com o afastamento do tucano.
O senador maranhense é ligadíssimo a
José Sarney. Os mais ácidos falam numa relação de subserviência política.
Pois recentemente, João Alberto investiu
pesado para contratar uma pesquisa qualitativa. Em maio, ele usou 45 000 reais
de cota parlamentar – recursos públicos – para obter os serviços do Instituto
Escutec. Escolheu a dedo.
A empresa é conhecida no Maranhão por
divulgar levantamentos favoráveis ao clã Sarney, de quem o dono da Escutec,
Fernando Junior, é amigo. Mas esse detalhe não é o mais constrangedor da
biografia do empresário.
Junior já foi preso pela Polícia
Federal, em 2015, durante a Operação Attalea, que investigava desvios de
dinheiro do Fundeb e do FNDE na prefeitura de Anajatuba (MA).
Pelo visto, na avaliação do parlamentar
responsável por resguardar o rigor ético no Senado, gastar dinheiro público
numa empresa de um sujeito que se enrolou com a PF não depõe contra ninguém.
Aécio deve ter suas razões para ficar
tranquilo.
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