Procurador-geral da República imputa
crime ao presidente no caso JBS; outras acusações formais, como crime de
obstrução de Justiça, deverão ser feitas ao peemedebista pelo chefe do
Ministério Público Federal
Fabio Serapião, Breno Pires e Luiz
Vassallo
O Estado de São Paulo
O procurador-geral da República Rodrigo
Janot denunciou criminalmente o presidente Michel Temer e Rodrigo Rocha Loures
(PMDB-PR) por corrupção passiva no caso JBS. A denúncia foi protocolada nesta
segunda-feira, 26, no Supremo Tribunal Federal. Janot atribui crime a Temer a
partir do inquérito da Operação Patmos – investigação desencadeada com base nas
delações dos executivos do grupo J&F, que controla a JBS.
A ação proposta por Janot não pode ser
aberta diretamente pelo Supremo. O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato
na Corte máxima, terá de enviar a acusação formal do procurador à Câmara, Casa
que pode autorizar a abertura do processo contra o presidente – é necessária a
aprovação de dois terços dos 513 deputados.
O caso JBS mergulhou o presidente em sua
pior crise política. Na noite de 7 de março, Temer recebeu no Palácio do Jaburu
o executivo Joesley Batista, que gravou a conversa com o peemedebista. Nela,
Joesley admite uma sucessão de crimes, como o pagamento de mesada de R$ 50 mil
ao procurador da República Ângelo Goulart em troca de informações privilegiadas
da Operação Greenfield, investigação sobre rombo bilionário nos maiores fundos
de pensão do País.
A investigação revela os movimentos do
homem da mala, Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor especial do presidente. Na
noite de 28 de abril, Loures foi flagrado em São Paulo correndo com uma mala de
propinas da JBS – 10 mil notas de R$ 50, somando R$ 500 mil.
Os investigadores suspeitam que a
propina seria destinada a Temer, o que é negado pela defesa do presidente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário