Ministro
do Supremo Tribunal Federal afirmou que Janot é o procurador-geral 'mais
desqualificado da história'. Associação dos Procuradores da República
classificou declaração como 'deplorável'.
A Associação Nacional dos Procuradores
da República (ANPR) afirmou nesta segunda-feira (7), por meio de nota, que o
ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez "ataques em
termos pessoais” ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em entrevista
à Rádio Gaúcha.
No comunicado, a entidade disse que o
magistrado "ignora respeito que tem de existir entre as instituições"
e apontou um "furor mal contido" do ministro.
Nesta segunda, Gilmar Mendes classificou
Janot de procurador-geral da República mais "desqualificado da
história" da instituição. Na avaliação do ministro do STF – que também é
presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – o chefe do Ministério Público
Federal não tem "preparo jurídico nem emocional".
"Quanto a Janot, eu o considero o
procurador-geral mais desqualificado que já passou pela história da
Procuradoria. Porque ele não tem condições, na verdade não tem preparo jurídico
nem emocional para dirigir algum órgão dessa importância", avaliou o
ministro em entrevista à Rádio Gaúcha.
A assessoria da Procuradoria Geral da
República (PGR) informou que Janot não irá se manifestar.
Na nota divulgada em defesa do
procurador-geral, a ANPR ressaltou que “é deplorável que um magistrado, membro
da mais alta corte do país, esqueça reiteradamente de sua posição para tomar
posições políticas e ignore o respeito que tem de existe entre as
instituições”.
“Não é o comportamento digno que se
esperaria de uma autoridade da República. O furor mal contido nas declarações
de Gilmar Mendes revela objetivos e opiniões pessoais (além de descabidas), e
não cuidado com o interesse público”, diz outro techo do comunicado.
A associação dos procuradores da
República destacou que Janot foi eleito pela categoria em dois mandatos
consecutivos. “Isso a demonstrar o apoio interno e externo que teve, mercê de
seu preparo técnico, liderança e história no Ministério Público Federal”,
enfatizou o texto.
Encontro
com Temer
Na noite de domingo (6), Michel Temer
recebeu Gilmar Mendes no Palácio do Jaburu. O encontro não constava na agenda
do presidente, mas sim na do ministro. Porém, não mencionava o tema que seria
tratado. A informação é da colunista do G1 Andréia Sadi.
O ministro da Secretaria-Geral, Moreira
Franco (PMDB-RJ) também esteve no local.
Questionado pelo Blog, Gilmar Mendes
afirmou que o assunto tratado foi a reforma política. Ele disse que não entrou
em discussão o tema Lava Jato.
Ele também falou sobre o encontro à
Rádio Gaúcha. "O presidente não precisa se preocupar em colocar ninguém na
agenda, ele recebe várias pessoas. Criaram essa psicose em torno dos encontros
com o presidente da República, isso é uma bobagem", disse.
Nota
da ANPR
Leia abaixo a íntegra da nota divulgada
pela ANPR:
Procuradores
da República repudiam ataques pessoais a Rodrigo Janot
Brasília
(07/08/2017) - Representante de 1.300 membros do Ministério Público Federal, a
Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) vem a público repudiar
os ataques absolutamente sem base e pessoais ao Procurador-Geral da República,
Rodrigo Janot, proferidos em deliberada série de declarações, nos últimos dias,
pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), e Presidente do Tribunal
Superior Eleitoral, Gilmar Mendes.
Em
primeiro lugar, e desde logo, é deplorável que um Magistrado, Membro da mais
alta Corte do País, esqueça reiteradamente de sua posição para tomar posições
políticas (muito próximas da política partidária) e ignore o respeito que tem
de existir entre as instituições, para atacar em termos pessoais o Chefe do
Ministério Público Federal. Não é o comportamento digno que se esperaria de uma
autoridade da República. O furor mal contido nas declarações de Gilmar Mendes
revela objetivos e opiniões pessoais (além de descabidas), e não cuidado com o
interesse público.
Rodrigo
Janot foi duas vezes nomeado para o cargo de PGR depois de escolhido em Lista
Tríplice pelos seus pares, a última delas com consagradora votação de quase 80%
de sua classe. Em ambas as indicações foi aprovado pelo Senado Federal por
larga margem, tudo isso a demonstrar o apoio interno e externo que teve, mercê
de seu preparo técnico, liderança e história no Ministério Público Federal. O
trabalho do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, nestes quase quatro
anos de mandato, por outro lado, foi sempre impessoal, objetivo, intimorato e
de qualidade. Não por outro motivo tem o apoio da população brasileira.
O
Ministério Público não age para perseguir ninguém, e não tem agendas que não o
cumprimento de sua missão constitucional. Tampouco, todavia, teme ou hesita o
MPF em desagradar quem quer que seja, quando trabalha para o cumprimento da lei
e promove a justiça.
O
Procurador-Geral da República assim tem agido em todas as esferas de sua
competência, promovendo o combate à corrupção e liderando o Ministério Público
Federal na complexa tarefa de defender a sociedade. Se isto incomoda a alguns,
que assim seja. O MPF e suas lideranças jamais se intimidarão. Estamos em uma
República, e ninguém nela está acima da Lei.
Com informações do G1
Sua excelência o ministro Gilmar Mendes já deveria ter sido aposentado compulsoriamente há décadas. Sua atuação no STF e no TSE são questionáveis e merecem investigação rigorosa. Marcelo, do São Cristóvão.
ResponderExcluir