Ministro-chefe
do Gabinete de Segurança Institucional afirma estar 'preocupado' com
possibilidade de facções criminosas aproveitarem fim do financiamento
empresarial de campanhas para eleger representantes em 2018
O ministro-chefe do Gabinete de
Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, afirmou nesta
sexta-feira, 4, estar “preocupado” com a possibilidade de facções criminosas
aproveitarem o fim do financiamento empresarial de campanhas para eleger
representantes nas eleições de 2018. Na avaliação do ministro, o Brasil corre o
risco de ver sua democracia “refletir a atuação do crime organizado”.
A declaração foi dada na Escola de
Comando e Estado-Maior do Exército, na Urca, zona sul do Rio. “Com o fim do
financiamento privado (de empresas) de campanha, você só tem três
financiamentos hoje: o estatal, o crime organizado e as igrejas – existem
igrejas e igrejas. São só esses três que têm dinheiro fácil para distribuir”,
afirmou Etchegoyen. “O crime organizado tem capacidade financeira para colocar
na campanha, com objetivo de eleger representantes”, disse o ministro.
‘Mexicanizar’
Etchegoyen ainda citou casos de países
que enfrentam problemas com narcotraficantes, como México e Colômbia. “Quando
eu falo em eleição de 2018, o que nós estamos colocando em jogo é o modelo que
nós escolhemos, o modelo de democracia que nós escolhemos. Ou nós vamos
mexicanizar, colombianizar, ou o que for, ou nós vamos enfrentar o problema comum
que eles têm”, afirmou o ministro.
Para ele, “ou o nosso voto vai refletir
a vontade soberana de uma sociedade saudável, ou ele vai refletir a atuação do
crime organizado”. “É disso que nós estamos tratando”, disse Etchegoyen.
Segundo o ministro, as ações do GSI com as forças de segurança que estão
atuando no Rio também visam a evitar a ação de facções nas eleições. “O GSI se
ocupa das ameaças à segurança institucional. Me parece que nós temos uma clara
aí.”
Opinião
O
crime organizado já financia campanhas há muito tempo
Na verdade, o crime organizado já
financia campanhas eleitorais há bastante tempo. São muitos os grupos
criminosos que saqueiam os cofres públicos do país há bastante tempo. O que a
Lava Jato revelou? O esquema de superfaturamento de obras e serviços por parte
de empreiteiras para financiamento de partidos e políticos. Dinheiro do povo
para garantir eleições de muitos corruptos. Ou isso não é prática de
organização criminosa?
Foi o Procurador-Geral da República,
Rodrigo Janot, quem disse que Michel Temer comanda uma organização criminosa. Já
o empresário Joesley Batista disse à revista Época que Temer comanda a
organização criminosa mais perigosa do país.
Alguém precisa dizer para o general que
o crime organizado está na antessala de todos os poderes. Se duvidar, está
sentado na cadeira de quem comanda o país.
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