Governo
publica, em edição extra do 'Diário Oficial', nova versão do texto, para
'clarificar' que será proibida exploração mineral nas áreas de conservação
O governo federal revogou o decreto que
extinguia a Reserva Nacional do Cobre e associados (Renca), na região da
Amazônia, editado na semana passada, e publica nesta segunda-feira, em edição
extra do Diário Oficial, um novo texto explicitando a proibição da exploração
mineral nas áreas de unidades de conservação, reservas ambientais estaduais e
indígenas dentro da antiga Renca.
Segundo o ministro do Meio Ambiente,
José Sarney Filho (PV), o governo sentiu a necessidade de “clarificar” o
decreto anterior para garantir que a proibição não havia sido revogada. O
titular de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho (PSB), admitiu que a mudança
é “fruto do desdobramento que teve a repercussão” do decreto anterior. Ele
também disse querer esclarecer as informações de que investidores internacionais
tiveram conhecimento prévio do tema, afirmando que essa intenção do governo era
pública desde novembro do ano passado.
O decreto revogado causou muita
polêmica, alavancada pelo engajamento de celebridades, como a modelo Gisele Bündchen,
e artistas, como Caetano Veloso, Anitta, Ivete Sangalo, Sonia Braga e Gretchen,
que se manifestaram contra a medida. A repercussão internacional também foi
ruim, com a imprensa repercutindo críticas de entidades ambientalistas como o
WWF.
“Houve muita confusão. Podia gerar a
impressão de que estávamos flexibilizando a norma. Precisava ficar mais claro,
deixar bastante firme a posição”, disse o ministro do Meio Ambiente. “A interpretação que se deu ao fim dessa
reserva era que a Amazônia estava liberada. Um equívoco”, completou,
ressaltando que o governo não quer dar a ideia de que estão “afrouxando a regra
contra o desmatamento da Amazônia”. O decreto ainda proíbe pessoas que
desmataram ou exploraram ilegalmente a terra de ter sua situação regularizada e
receber o direito a novas lavras.
José Sarney Filho afirmou que, durante
sua gestão, alguns institutos que medem o desmatamento da Amazônia atestaram
que a curva de desmatamento registrou queda “depois de cinco anos”. O ministro
disse ainda que a Amazônia não é o pulmão do mundo, e sim “o ar condicionado
num mundo aquecido”.
(Com Reuters e Estadão Conteúdo)
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