do Brasil 247
No celular apreendido de
Eduardo Cunha, a Polícia Federal encontrou uma mensagem de texto enviada ao
também ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves sobre o empresário
Joesley Batista, da JBS, na qual ele alertava que ia “dar merda” para Michel
Temer um acerto que estava prestes a ser fechado. Para a polícia, a conversa
“tem indícios de propina”.
A conversa, que cita “três convites” de
Joesley que seriam repassados aos peemedebistas, aconteceu em 2012 e estava no
celular de Cunha, apreendido pela Polícia Federal. Para a PF, os “três
convites” podem ser a forma disfarçada de falar em propina.
O diálogo integra o relatório da PF que
foi anexado na semana passada a uma das ações cautelares que tramitam no
Supremo Tribunal Federal (STF). Com 186 páginas, o documento foi redigido em
dezembro do ano passado, dentro das investigações sobre Eduardo Cunha, preso
pela Lava Jato.
No dia da conversa, 22 de agosto de
2012, Alves e Cunha ainda eram deputados e Temer, o vice-presidente da
República. Estavam em curso as eleições municipais, das quais nenhum dos três
eram candidatos.
Alves informa Eduardo Cunha sobre o
resultado de uma conversa com “Joes”. A PF afirma que se trata de Joesley
Batista. “Joes aqui. Saindo. Confirme dos 3 convites, 1 RN 2 SP! Disse a ele!”,
escreveu Alves.
Cunha reagiu: “Ou seja ele vai tirar o
de São Paulo para dar a vc? Isso vai dar merda com o Michel. E ele não estaria
dando nada a mais”.
Para a PF, convite é um código para
propina.
“A utilização do termo ‘convites’ pode
ser uma tentativa de mascarar uma atividade de remessa financeira ilegal, já
que, caso fosse um procedimento que obedecesse estritamente as normas legais,
não haveria o porquê do uso deste termo”, diz o relatório.
Outro trecho do relatório da PF levanta
a suspeita de que se trata de pagamentos durante a campanha.
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