do Jornal O Globo
BRASÍLIA - Por determinação do ministro
Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal (PF) realiza
operação de busca e apreensão no apartamento em que mora o ministro da
Agricultura, Blairo Maggi, ex-governador do Mato Grosso (MT). O ministro foi
citado na delação do também ex-governador daquele estado, Silval Barbosa
(PMDB).
A PF também faz busca e apreensão também
na Câmara dos Deputados. Policiais estão no gabinete do deputado Ezequiel
Fonseca (PP-MT).
No total, o ministro Luiz Fux autorizou
mais de 60 mandados de busca e apreensão. Além de Blairo, são alvos
conselheiros do Tribunal de Contas do Mato Grosso e outras autoridades do
estado. No momento, há cerca de 240 policiais cumprindo as ordens judiciais
Na denúncia, Silval disse que os
deputados estaduais recebiam um mensalinho para votar projetos de interesse do
Executivo. Segundo ele, o esquema existiu durante o mandato de vários
governadores: Dante de Oliveira (já falecido), Blairo Maggi e o próprio Silval.
No fim de agosto, o ministro Luiz Fux,
do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a abertura de um inquérito para
apurar as suspeitas de que uma organização criminosa tenha atuado no governo do
Mato Grosso entre 2006 e 2014. O inquérito foi pedido pelo procurador-geral da
República, Rodrigo Janot.
A investigação foi aberta com base nas
delações premiadas que o ex-governador Silval, três parentes dele e um auxiliar
acertaram com o Ministério Público Federal (MPF). Os casos vieram à tona a partir
da Operação Ararath. Entre os suspeitos de crimes está Blairo.
Quando conteúdo da delação se tornou
público, o ministro divulgou nota em que negava as acusações de Silval e
lamentava o que chamou de ataques à sua reputação.
"Repudio ainda a afirmação de que
comandei ou organizei esquemas criminosos em Mato Grosso. Jamais utilizei de
meios ilícitos na minha vida pública ou nas minhas empresas", diz trecho
da nota.
ACORDO DE DELAÇÃO
No acordo de delação, o ex-governador
entregou à Justiça vários áudios e vídeos para comprovar as acusações de
recebimento de propina feitas por ele. As imagens mostram diversos políticos do
MT recebendo pagamentos em dinheiro na sala de Sílvio César, chefe de gabinete
de Silval.
Mesmo com distribuição de maços de
dinheiro desviado dos cofres públicos, parece ser impossível agradar a todos.
Em Mato Grosso, onde o ex-governador Silval Barbosa firmou um acordo de delação
premiada, não foi diferente. Nos vídeos entregues por ele ao Ministério
Público, parte dos políticos flagrados recebendo dinheiro em espécie ficou
insatisfeita. Eles queriam mais.
O deputado estadual Gilmar Fabris (PSD)
foi um dos que reclamaram. No vídeo em que ele e Sílvio César, ex-chefe de
gabinete de Silval, aparecem negociando um pagamento, o deputado se mostra
decepcionado com valor.
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