Comandante do Sul afirma que ‘há uma
insatisfação geral da nação, pede protestos ‘sem incendiar o país’ e ressalta
que intervenção militar não é a solução
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O comandante militar do Sul, general Edson Leal Pujol, em evento na Câmara Municipal de Porto Alegre |
Por Da Redação de Veja
O comandante militar do Sul, general Edson
Leal Pujol, recomendou à população que esteja insatisfeita com a situação
política do país que vá para as ruas se manifestar “ordeiramente”, mas
demonstrando sua indignação.
“Se vocês estão insatisfeitos, vão para a rua se
manifestar, mostrar, ordeiramente. Mas não é para incendiar o país, não é
isso”, disse, depois de reconhecer que ele não pode ir para as ruas se
manifestar.
“São vocês, somos nós que temos de decidir qual o país que
queremos. Há uma insatisfação geral da nação e eu também não estou satisfeito.”
As declarações foram dadas na
terça-feira em evento da Associação Comercial de Porto Alegre. O general
questionou quem, entre os presentes, estava insatisfeito com a situação do
país. Diante das manifestações, perguntou quem foi para rua expressar essa
insatisfação. “Se nós ficarmos somente reclamando, insatisfeitos e
inconformados, não vamos mudar as coisas”, afirmou o militar. “Se os nossos
representantes não estão correspondendo às nossas expectativas, vamos mudar.”
Pujol acrescentou ainda que “existe uma
série de maneiras” de tentar mudanças no país, mas ressalvou que “o papel da
Forças Armadas é seguir a legislação”. Ele citou que não tinha notícias de, nos
últimos três meses, terem sido realizados protestos significativos no Rio de
Janeiro, em Brasília, São Paulo ou Porto Alegre. “Não estamos gostando, mas
estamos passivos. Não adianta nós só usarmos as mídias sociais”, disse ao
pregar manifestações nas ruas.
Em seguida, o general lembrou a postura
do povo da Venezuela, que está nas ruas contra o governo de Nicolás Maduro.
“Com o regime que eles estão, lá tem gente morrendo na rua”, afirmou,
reiterando que a população deve servir de “termômetro” para os poderes.
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