Andreza Matais, Julia Affonso e Fausto
Macedo
A Polícia Federal em Roraima, em
conjunto com a Receita Federal, deflagrou a Operação Anel de Giges, na manhã
desta quinta-feira, 22, com o objetivo de investigar organização criminosa
acusada de peculato, lavagem de dinheiro e desvios de verbas públicas. Dois
filhos e dois enteados do senador Romero Jucá (PMDB-RR) são alvo da operação.
Em nota, a PF informou que estão sendo
cumpridos 17 mandados judiciais expedidos pela Justiça Federal de Roraima,
sendo nove mandados de busca e apreensão e oito mandados de condução coercitiva
em Boa Vista/RR, Brasília/DF e Belo Horizonte/MG.
São alvos de busca e apreensão e
condução coercitiva os filhos de Romero Jucá, Rodrigo de Holanda Menezes Jucá e
Marina de Holanda Menezes Jucá, e os filhos da prefeita de Boa Vista, Teresa
Surita, Luciana Surita da Motta Macedo, Ana Paula Surita Motta Macedo.
Investigados ligados à CMT Engenharia
também são alvo: Hamilton José Pereira, Elmo Teodoro Ribeiro e Francisco José
de Moura Filho.
Na investigação foi identificado o
desvio de R$ 32 milhões dos cofres públicos, tendo como origem o
superfaturamento na aquisição da “Fazenda Recreio”, localizada em Boa Vista e
na construção do empreendimento Vila Jardim, do projeto Minha Casa Minha Vida
no bairro Cidade Satélite, na capital.
São investigadas as transações
decorrentes da venda da Fazenda Recreio para a construção do empreendimento
Vila Jardim, bem como pela fiscalização e aprovação do empreendimento na Caixa
Econômica Federal.
Os investigados estão sendo conduzidos
coercitivamente à Polícia Federal, interrogados e indiciados pelos crimes de
peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa que preveem penas de até
30 anos de reclusão. As investigações continuam, com análise do material
apreendido e apuração do envolvimento de outros integrantes nas práticas
criminosas.
O nome da operação foi inspirado na
citação existente no Livro II da obra filosófica “A República” de Platão, na
qual é discutido o tema da Justiça. O Anel de Giges permite ao seu portador que
fique invisível e cometa ilícitos sem consequências.
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