Diego Ferreira de Novais, de 27 anos,
foi detido por passageiros após assediar uma mulher em um ônibus; há outros 15
casos semelhantes com o mesmo homem
O homem que foi solto na quarta-feira,
após ser detido por ejacular em uma jovem no ônibus, foi preso novamente na
manhã deste sábado, 2 de setembro. Diego Ferreira de Novais, de 27 anos, atacou
outra mulher por volta das 8h30, dessa vez em um ônibus que passava pela
Avenida Brigadeiro Luís Antônio, na região do Jardim Paulista. Pela segunda vez
em menos de uma semana, ele foi impedido por passageiros de sair do ônibus, e
encaminhado ao 78º DP. Segundo a Polícia Militar, ele será indiciado por
estupro.
O Centro de Operações da Polícia Militar
confirmou a prisão, mas não informou mais detalhes sobre o caso da manhã deste
sábado. Os envolvidos ainda prestavam depoimento à polícia por volta das 10h. O
78º DP informou que o caso foi semelhante ao ataque que levou à prisão do homem
na última terça-feira, mas não deu detalhes.
Novais tem agora 16 passagens
semelhantes na polícia, registradas nos últimos oito anos. O seu modus operandi
é o mesmo: dentro do ônibus, ele se aproxima da vítima, mostra o pênis e, eventualmente,
passa o órgão nela ou ejacula. O último ataque aconteceu na terça-feira
passada. Novais foi libertado no dia seguinte, em audiência de custódia.
Para o juiz José Eugênio do Amaral Souza
Neto, não havia elementos para enquadrá-lo no crime de estupro. Amaral entendeu
não ter havido violência na ocorrência, posição que contou com a concordância
do promotor Márcio Takeshi Nakada. A decisão foi seguida por críticas dos que
acreditam que, diante da recorrência da prática – Novais tinha 14 passagens
pela polícia por condutas similares –, o resultado da audiência poderia ter
sido outro que não a liberdade.
O próprio pai de Novais defendeu que o
filho fosse preso, após a liberação da Justiça. "É perigoso que uma pessoa
dessa fique solta, e o delito que ele pratica não é justo", disse o
aposentado de 65 anos, que preferiu não se identificar ao ser entrevistado pelo
Jornal do SBT.
Repercussão. Nesta sexta-feira, 1º, o
Tribunal de Justiça e o Ministério Público de São Paulo defenderam publicamente
mudanças na legislação do crime de estupro, após repercussão negativa da
libertação de Novais.
O TJ-SP falou em propostas para punir de
forma mais severa a importunação ofensiva ao pudor, enquanto o MP-SP disse que
o ideal seria a criação de um crime intermediário entre a importunação e o
estupro.
O presidente da Corte, Paulo Dimas de
Bellis Mascaretti, e a Procuradoria-Geral de Justiça saíram em defesa do juiz e
do promotor que atuaram no caso. Mascaretti disse que a Corte realizará
encontros para iniciar o debate com a sociedade civil e instituições públicas
“em prol de mudança legislativa que atenda aos desafios do mundo
contemporâneo”.
Informações de O Estado de São Paulo
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