Gleisi
Hoffmann deu declaração após reunião da Comissão Executiva Nacional do partido.
Fernando Haddad foi derrotado por Jair Bolsonaro no segundo turno da eleição
presidencial.
Por Paula Paiva Paulo, G1 SP
A presidente nacional do PT, Gleisi
Hoffmann, afirmou nesta terça-feira (30) que o candidato derrotado à
Presidência, Fernando Haddad, será o articulador de uma frente democrática em
defesa de "direitos do povo", em oposição ao futuro governo de Jair
Bolsonaro (PSL).
A senadora, que se elegeu deputada
federal, deu a declaração depois de reunião da Executiva Nacional do PT, na sede
do partido, em São Paulo. Além de Gleisi e Haddad, participaram da reunião,
entre outros, a ex-presidente Dilma Rousseff e o líder do partido na Câmara,
Paulo Pimenta (PT-RS).
No segundo turno da eleição, no domingo,
Haddad foi derrotado por Bolsonaro. O petista obteve 44,87% dos votos válidos e
Bolsonaro, 55,13%.
"O Fernando Haddad, no nosso
entender, tem um papel muito importante e relevante nesse processo, que é um
papel maior do que o PT. Ele sai depositário da esperança e da luta do povo
pela democracia, de diversos setores da sociedade", declarou.
Segundo a senadora, o PT dará
"todas as condições" para que Haddad possa exercer esse papel de
articulador junto a lideranças sociais e de partidos políticos.
Gleisi apontou algumas "questões
imediatas" que essa frente pretende combater, entre as quais mudanças na
Lei Antiterrorismo e uma suposta "aliança" entre Bolsonaro e o
presidente Michel Temer.
"A primeira resistência que nós
temos que fazer agora é essa aliança entre Bolsonaro e Temer. Uma aliança
perniciosa, que vai retirar os direitos dos trabalhadores e da população
brasileira a começar pela tentativa da aprovação da reforma da
Previdência", declarou.
Para o líder do partido na Câmara, Paulo
Pimenta (PT-RS), reeleito deputado, com a suposta aliança, Temer ganharia
"salvo conduto".
Segundo Gleisi Hoffmann, uma eventual
alteração na Lei Anteterrorismo representará "uma tragédia" para os
moviementos sociais. "Vão criminalizar os movimentos", afirmou.
Ela também disse que será criada uma
"rede democrática de proteção solidária", chamada "Você não está
só". Essa rede, afirmou, contará com advogados do partido e militantes
para denunciar casos de violação de direitos humanos, direitos civis e da
liberdade de expressão.
"Nos preocupa a integridade física
das pessoas", declarou, em referência a episódios de violência que
confrontaram apoiadores de Bolsonaro e de Haddad durante a campanha eleitoral.
Para Gleisi, com a votação de 47 milhões
de votos obtida por Haddad no 2º turno, o PT sai da eleição com "grande
responsabilidade perante o Brasil".
Apesar da derrota na corrida
presidencial, ela entendeu que o partido se fortaleceu no processo eleitoral
deste ano. O PT foi o partido que mais elegeu governadores (Bahia, Ceará, Rio
Grande do Norte e Piauí) e a maior bancada na Câmara, com 56 deputados.
Gleisi Hoffmann citou uma fala de
Bolsonaro no qual ele diz que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve
"apodrecer na cadeia". Ela afirmou que o partido "não deixará
nunca" de defender "a bandeira Lula livre".
"Nós queremos fazer a construção de
uma forte solidariedade internacional pela causa democrática, passando
principalmente pela liberdade de Lula", disse Gleisi.
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