Fabricio Queiroz, que teve ‘movimentação
atípica’ de R$ 1,2 milhão detectada pelo Coaf, recebeu dinheiro de servidores
que atuaram no gabinete do deputado
O senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL) e seu ex-motorista Fabricio Queiroz
Por Machado da Costa, João Pedroso de
Campos
De Veja
Sete servidores da Assembleia
Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) que passaram pelo gabinete do
deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) fizeram transferências bancárias
para uma conta mantida pelo ex-policial militar Fabrício José Carlos de
Queiroz.
O levantamento foi feito por VEJA com
base em um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf),
órgão ligado ao Ministério da Fazenda, mas que irá para a pasta da Justiça no
governo de Jair Bolsonaro, pai de Flávio. Segundo o relatório, esses servidores
transferiram no total 116.556 reais para a conta de Queiroz entre 1º de janeiro
de 2016 e 31 de janeiro de 2017. O conteúdo do documento foi revelado pelo
jornal O Estado de S. Paulo nesta quinta-feira, 6.
O ex-PM trabalhou durante cerca de dez
anos com Flávio e foi motorista dele na Alerj. Além desses sete servidores, o
próprio Fabrício Queiroz depositou outros 94.812 reais nesta conta, mantida em
uma agência do banco Itaú no bairro da Freguesia, zona oeste da capital
fluminense.
O relatório foi produzido no âmbito da
Operação Furna da Onça, que levou à prisão dez deputados estaduais do Rio em 8
de novembro. Flávio não é investigado pela operação. Contudo, todos os
servidores da Alerj tiveram suas contas bancárias esmiuçadas pelo Coaf, a
pedido da Polícia Federal.
O Coaf alertou ao Ministério Público
Federal (MPF) que havia uma movimentação suspeita de 1.236.838 reais na conta
de Queiroz entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. No documento, foram
listadas as transferências dos servidores que passaram em diferentes momentos
pelo gabinete de Flávio.
Os nomes citados no relatório são os da
filha do ex-PM Nathalia Melo de Queiroz – que trabalhou no gabinete de Jair
Bolsonaro na Câmara dos Deputados -, o de sua mulher, Márcia Oliveira Aguiar, e
dos servidores Agostinho Moraes da Silva, Jorge Luís de Souza, Luiza Souza
Paes, Raimunda Veras Magalhães e Wellington Servulo Rômulo da Silva.
O Coaf não informa as datas exatas dos
repasses, apenas que eles foram feitos no período investigado, entre 2016 e
2017. O órgão chama atenção para a “recorrência de transferências envolvendo
servidores da Alerj”.
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