Ministério
Público do Rio de Janeiro investiga movimentações financeiras atípicas na conta
de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro e homem de confiança do
senador; quebra de sigilo se estende a outros 88 funcionários do gabinete, seus
familiares e empresas
O juiz Flávio Nicolau, do Tribunal de
Justiça do Rio de Janeiro, atendeu a um pedido do Ministério Público do Estado
e autorizou a quebra de sigilo bancário do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e
de seu ex-assessor e homem de confiança, Fabrício Queiroz. O pedido foi
autorizado em abril e a informação só se tornou pública nesta segunda-feira
(13).
De acordo com o magistrado, a quebra de
sigilo bancário de Flávio e Queiroz é “importante para a instrução do
procedimento investigatório criminal”.
Além dos dois, a quebra de sigilo bancário
se estende a outros 88 ex-funcionários do gabinete de Flávio, seus familiares e
empresas relacionadas. Entre eles estão Danielle Nóbrega e Raimunda Magalhães,
irmã e mãe do ex-PM Adriano Magalhães da Nóbrega, tido pelo Ministério Público
do Rio como o homem-forte do Escritório do Crime, organização de milicianos
suspeita de envolvimento no assassinato de Marielle Franco. O ex-policial, hoje
foragido, já chegou a ser homenageado por Flávio Bolsonaro na Assembleia
Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Queiroz é investigado desde janeiro deste
ano, quando o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou
movimentações atípicas na conta bancária do ex-assessor. Seu paradeiro ainda é
desconhecido.
Neste domingo (12), em entrevista ao
Estadão, Flávio Bolsonaro tentou se desassociar de Queiroz e de qualquer
suspeita de ilegalidade nas movimentações financeiras de seu homem de
confiança, além de dizer que não sabe onde o ex-assessor está.
“Ele que geria isso tudo. Talvez tenha
sido meu erro confiar demais nele. Ele me pedia: ‘Poxa, dá para colocar minha
filha para trabalhar?’. Meu gabinete sempre foi muito enxuto. Minha campanha
sempre muito barata. Abria espaço no meu gabinete e eu, na confiança, dizia:
‘Pode colocar, monta isso aí, não tem problema’. Quem tem que cobrar agora
explicações é o Ministério Público. Óbvio que cobrei também, mas ele não me deu
as explicações precisas à época, me deu de forma genérica. Agora é o Ministério
Público que tem de apurar”, afirmou.
Com informações da Revista Fórum
Nenhum comentário:
Postar um comentário