Rádio Voz do Maranhão

sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Assessor do Delegado Waldir, líder do PSL, é preso por receber propina de quadrilha de ladrões de carga


O polêmico deputado Delegado Waldir (PSL-GO) teve de cortar na própria carne para a opinião pública não se virar contra ele quando seguidores reagiram à divulgação de que um de seus assessores havia sido preso sob suspeita de receber propina de quadrilhas especializadas em roubo de carga.

Líder do PSL na Câmara, partido do presidente Jair Bolsonaro, o parlamentar levou o delegado José Maria da Silva em 2016 para o seu gabinete para ajudá-lo na elaboração de projetos de lei.

Silva, um conhecido delegado de Goiás, foi preso na manhã de quinta-feira (29) no âmbito da Operação Mercúrio, desencadeada pelo Ministério Público.

O assessor do líder do PSL é suspeito de receber propinas dos criminosos quando estava lotado na Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos e Cargas (Decar) em 2014. Além dele, três policiais civis goianos também foram presos.

Segundo as investigações, eles receberam R$ 100 mil de um homem que tinha sido preso por envolvimento com roubo e receptação de carga para reaver a mercadoria apreendida.

Em nota, a Polícia Civil do Estado de Goiás informou que o “caso tem relação com fatos ocorridos em 2014 na Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Cargas (Decar), e que também são apurados pela Gerência de Correições e Disciplina da Polícia Civil, que apoiou a operação”.

A operação investigou o bando por dez meses e cumpriu mandados de busca e apreensão e prisão nos estados de Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Pará, Paraná, Mato Grosso, Tocantins e Pernambuco. (…)

Operação Mercúrio

"Um integrante da organização, residente de Uberlândia, veio receber de uma empresa dois veículos, um Camaro e uma Dodge Journey, e cerca de 30 cheques, como pagamento de uma carga roubada que havia sido vendida”, informou o promotor de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de Uberlândia-MG, Daniel Martinez.

De acordo com o coordenador da operação, a Polícia Militar prendeu o policial, na época. Na ocasião, foram apreendidos os carros e os cheques.

“No caminho para Aparecida de Goiânia, essa pessoa foi até um galpão onde havia sido oferecida a ela outra carga roubada e acabou presa em flagrante pela Polícia Militar, que localizou os carros e o cheques. Tudo foi apreendido e essa pessoa foi presa, sendo colocada em liberdade depois pelo Judiciário”, contou o coordenador do Gaeco.

Foi a partir da liberação do preso que teria se iniciado a investigação do esquema de corrupção que envolveu os policiais civis. “Posteriormente, essa pessoa voltou e pagou R$ 100 mil para reaver todos os cheques e os dois carros restituídos. Foi verificado que os agentes da polícia, que trabalharam no processo sequer listaram os valores dos cheques. Não há sequer um pedido de devolução dos carros”, afirmou Daniel Martinez.

“Dois policiais que participaram de toda negociação tiveram a prisão preventiva, e os outros dois não tiveram contato com o investigado, mas concorreram para restituição dos bens. Eles tiveram decretada a prisão temporária para se verificar a extensão da responsabilidade penal deles”, completou.

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