O deputado federal Márcio Jerry (PCdoB)
utilizou a tribuna da Câmara dos Deputados, na tarde desta quinta-feira (8),
para criticar o presidente Jair Bolsonaro (PSL), que chamou de ‘herói nacional’
o torturador da ditadura Carlos Ustra, durante a visita de sua viúva ao Palácio
do Planalto.
“É importante que fiquemos atentos para
essa escalada do fascismo que está acontecendo no país, infelizmente liderada
por aquele que deveria ter a maior responsabilidade pela preservação das
instituições, da democracia e das leis, o presidente da República”, disse
Jerry.
O deputado afirmou também que Bolsonaro
segue na contramão da civilização e do avanço democrático ao tomar atitudes
como homenagear a ditadura militar ou de dirigir-se ao povo com palavras
inadequadas para o cargo que ocupa.
“O presidente se dirige de maneira
depreciativa, preconceituosa, discriminatória e racista a nós nordestinos, e
não conformado com isso extrapola os limites constitucionais de sua função
ameaçando estados do Nordeste e governadores, ações absolutamente inaceitáveis.
Portando, um presidente que não entendeu a dimensão de seu cargo”, completou
Jerry.
Em 2008, Ustra tornou-se o primeiro
oficial brasileiro condenado na Justiça por sequestro e tortura durante o
regime militar. Ele comandou o Destacamento de Operações de Informações
(DOI-CODI), do 2º Exército (SP) de 1970 a 1974, no auge da repressão às
organizações da esquerda. Segundo o relatório final da Comissão Nacional da
Verdade, durante a gestão de Ustra o DOI de São Paulo foi o responsável pela
tortura e morte de mais de 500 pessoas.
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