Durante o encontro,
Bolsonaro manteve sua postura crítica a Macron e condenou o que chamou da
intenção do mandatário europeu de “internacionalizar” a Amazônia
Por George Marques
Revista Fórum
Em meio a cries ambiental no país, o
governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), defendeu nesta terça-feira (27)
durante reunião com o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e outros governadores da
Amazônia Legal, que a soberania da região não deve ser afirmada retoricamente,
mas sim, com o cumprimento de deveres.
Dino também defendeu o diálogo com outros
países e criticou a “satanização” das Organizações Não Governamentais (ONGs)
que atuam na região.
“Não é necessário um discurso de
terrorismo antiambiental, que pode ser nocivo ao povo brasileiro. (…) Se o
Brasil se isola no cenário internacional, (isso) o expõe a sanções
internacionais gravíssimas a seus produtores”, disse.
O governador do Maranhão defendeu ainda
que o Brasil aceite ajuda financeira internacional para combater desmatamento e
incêndios na Amazônia.
No entanto, Dino também criticou a
retórica que tem sido bastante usada por Bolsonaro de que as ONGs atuam na
região para atender a interesses externos e que teriam culpa na intensificação
das queimadas.
“Não podemos dizer que as ONGs são
inimigas. Não é tocando fogo nelas que vamos salvar a Amazônia. Tem que separar
o joio do trigo. Não sou daqueles que sataniza as ONGs, isso é um equívoco.
Temos organizações de imensa seriedade que atuam aqui”, disse.
O governador também afirmou que o
extremismo não é adequado na resolução de situações como essa. “O meio termo é
a melhor receita porque quando se solta uma faísca em níveis mais altos,
pode-se chegar a um incêndio na base. Não é com postura reativa que vamos sair
dessa crise. É preciso ter moderação e diálogo”, disse.
Em reação ao discurso de Dino, o
presidente Jair Bolsonaro citou o número de pedidos para registro de novas
terras quilombolas e indígenas na Amazônia Legal, destacando que o agronegócio
pode ficar “inviabilizado” no Brasil.
Bolsonaro também destacou a fala do
presidente francês, Emmanuel Macron, dizendo que ele “baixou o tom” hoje, mas
que “seu objetivo é o mesmo”, sem dar mais detalhes. Na sequência, leu
publicação de apoio feita pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no
Twitter. “Aqui não tem esquerda e direita, é soberania nacional”, declarou.
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