MP quer saber se a
internação de Victor Yan Barros de Araújo, de 25 anos, está sendo usada para
escapar da prisão preventiva que foi decretada pela Justiça.
O Ministério Público do Maranhão (MPMA)
vai investigar se a internação do motorista que causou o acidente na Avenida
Carlos Cunha no bairro do Jaracaty em São Luís, está sendo usada para escapar
da prisão preventiva, que foi decretada pela Justiça. Victor Yan Barros de
Araújo, de 25 anos, está internado desde o dia do acidente em um hospital
particular de São Luís.
De acordo com o MP, foi enviado para um
hospital onde Victor Yan está internado um ofício pedindo que os médicos que
acompanham sua internação se manifestem sobre o estado de saúde dele. Se for
comprovado que o paciente foi mantido internado para não ser preso, os médicos
podem responder criminalmente.
Na ocorrência realizada no dia do
acidente, Victor Yan apresentava apenas ferimentos leves, o que levou o MPMA a
desconfiar da internação do motorista. Segundo o promotor de Justiça, Agamenon
Batista, uma nova perícia pode ser realizada nele por médicos do Ministério
Público ou do Instituto Médico Legal (IML). Caso fique constatado que o
motorista possui condições de ser transferido para o Sistema Prisional do
Estado, ele será preso imediatamente.
“Esses médicos vão emitir um relatório
médico com a cópia do prontuário e um laudo atestando a condição dele. Se nós
desconfiarmos disso, faremos uma perícia através dos médicos do Estado, que
podem ser ou do Ministério Público ou os médicos do Instituto de Criminalística
do IML para que façam uma perícia atestando. Se ficar constatado que ele tem
condição de ir, ele vai ser transferido para o sistema prisional. Quem assinar
o laudo atestando que ele não tem condições de sair da penitenciária, mesmo
tendo, será responsabilizado criminalmente”, explicou.
Promotor de Justiça,
Agamenon Batista, busca saber se internação de Victor Yan está sendo usada para
fugir da prisão preventiva.
O advogado de defesa do motorista, Pedro
Jarbas, alega que o jovem ainda está sem condições de ter alta e que deve
passar por uma nova cirurgia em breve. “Ele já passou por duas cirurgias e
cirurgias na parte cervical. Ele teve ferimentos na clavícula e próximo da
coluna. Ele fez as duas cirurgias vai partir para mais uma na clavícula que
deve acontecer nos próximos dois ou três dias”, disse.
A Justiça aceitou a denúncia feita pelo
Ministério Público e Victor Yan virou réu no processo, que o acusa de homicídio
doloso (quando há intenção de matar). A prisão preventiva de Victor Yan foi
mantida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), após dois pedidos de revogação
feitos pela defesa dele.
Nesta quinta-feira (3) o advogado do
motorista entrou com um novo pedido de suspensão da prisão, alegando que ele
não estaria bêbado e que o acidente foi provocado por um problema no carro que
ele dirigia.
“A defesa está se preocupando apenas em
soltar o réu, enquanto deveria colaborar com a Justiça na celeridade
processual, apresentando a defesa prévia, para que a gente possa continuar o
processo, ouvir as testemunhas na audiência de instrução, poder interrogar o
réu e sair uma decisão”, disse o juiz Gilberto de Lima Moura, da 2ª vara do
Tribunal do Júri.
A denúncia do MPMA sustenta que o
motorista estava alcoolizado e por isso, teria provocado o acidente. Ainda
segundo o promotor, o fato de Victor Yan não ter se negado a realizar os exames
que comprovam a ingestão de bebida alcoólica também atestam que ele estava
bêbado.
“Os policiais militares que chegaram no
local para atender a ocorrência eles fizeram um auto de constatação,
identificando sinais visíveis de embriaguez. O policial é treinado para isso.
Quando a pessoa está cambaleando, há hálito de álcool, são situações que você
sabe distinguir quando a pessoa ingeriu ou não bebida alcoólica. Durante o
período do flagrante até a remoção dele para o IML para fazer os exames, em
momento algum ele permitiu que fossem feitos os exames que constavam a
embriaguez e o fato dele ter ingerido bebida alcoólica”, concluiu o promotor.
O acidente
Na madrugada do dia 8 de setembro, o veículo
Corolla, guiado por Victor Yan Barros de Araújo, em alta velocidade, perdeu o controle na Avenida
Carlos Cunha, capotou em um barranco à
margem da via e atropelou várias pessoas que participavam de uma festa de aniversário
na Rua Um, no bairro Jaracaty.
Cinco pessoas morreram por conta do
acidente. Duas estavam no carro que era guiado por Victor Yan. As outras três
vítimas participavam da festa de aniversário.
Os mortos foram Carla Correa Diniz, agente penitenciária que
deixou dois filhos; Tiana Alves Correa, prima de Carla; Henrique Martins Durans
Neto, morador do Jaracaty; Maurício Andrey Soares, que estava no banco do
carona do veículo envolvido no acidente; Ana Lourdes, passageira do veículo que
passou alguns dias internada e morreu no Hospital Carlos Macieira.
Com informações do G1 MA
Nenhum comentário:
Postar um comentário