Um bispo de oito igrejas evangélicas foi
preso na madrugada dessa quarta-feira (19) por supostamente cometer diversos
crimes contra voluntárias e frequentadoras de templos religiosos situados no
Distrito Federal e em Goiás.
João Batista dos Santos, de 40 anos, é
acusado de estuprar mulheres e adolescentes no Gama, Recanto das Emas, em
Cristalina e Goiânia. Ele foi detido no Aeroporto Internacional de Brasília,
quando voltava de Foz do Iguaçu, no Paraná.
Segundo a Polícia Civil do Distrito
Federal (PCDF), uma vítima de 13 anos teria procurado, em 2017, o líder
religioso para pedir conselhos sobre sua orientação sexual. O abusador, então,
respondeu indicando um “tratamento” que consistia em passar o que ele dizia ser
óleo ungido nas partes íntimas da menina.
“Ele disse que poderia ajudar e foi aí
que aconteceu o primeiro abuso, que passou a ser reiterado. Posteriormente,
descobrimos que ele já tinha outras ocorrências no nome dele com o mesmo modus
operandi“, revelou o delegado chefe da 27ª Delegacia de Polícia (Recanto das
Emas), Pablo Aguiar.
De acordo com investigadores, o bispo
buscava a garota em casa e falava aos pais da menina que ela o ajudaria a
resolver algumas questões relacionadas ao culto. Quando se certificava de que
estavam sozinhos, ele a despia e praticava o estupro.
João Batista ainda teria pedido para que
a adolescente lhe enviasse fotos nuas, sob a alegação de que precisava das
imagens para orar por ela no monte. A vítima desenvolveu síndrome do pânico e,
no meio do tratamento, contou ao profissional e aos pais, já em 2019, a violência
sexual sofrida.
Apesar de a unidade policial ter dado
como encerradas as investigações relacionadas aos quatro casos, o chefe da 27ª
DP pede que novas vítimas não hesitem em procurar a delegacia para denunciar.
Outros quatro abusos
Contra o bispo há registro de outros
quatro abusos. O primeiro é datado de 2013. “Ele chegou a ser condenado por
estupro de vulnerável, mas estava recorrendo em liberdade”, frisa o delegado.
Os outros casos são de 2014, 2016 e 2017. No de 2014, em um processo no DF
aberto para investigar supostos abusos contra uma jovem de 21 anos e uma
adolescente de 15, João Batista dos Santos foi absolvido. O mesmo ocorreu em
2017, quando acabou isento em processo registrado na 14ª DP (Gama) no qual era
apurado denúncia de estupro de duas garotas: uma de 16 e a outra de 17 anos.
Já no de 2016 acabou condenado por
violação sexual mediante fraude contra uma mulher de 19 anos. “Esse bispo diz
ser presidente de oito igrejas, mas conseguimos confirmar apenas quatro:
Recanto, Gama, Cristalina e Goiânia. Acreditamos que ele possa ter feito muito
mais vítimas em cada uma delas”, analisa Pablo Aguiar.
Noutras situações, diz o delegado, a
mesma história se repete. “Em alguns casos, ele penetrou nas vítimas dizendo
que isso ajudaria a retirar uma maldição. Posteriormente, ele iria a algum
monte para se livrar dela”, relata o chefe da 27ª DP.
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