Jair
Bolsonaro atacou o governador do Maranhão neste domingo, criticando lockdown
determinado pela Justiça. Além de debochar de mortes, presidente quer sabotar
os que tomam providências para salvar vidas.
Enquanto debocha das mortes pelo novo coronavírus, a
Covid-19, anunciando que fará um churrasco e saindo para andar de jet-ski no
dia em que o número de brasileiros vitimados chegou a 10.627, o presidente da
República, Jair Bolsonaro, segue atacando os que tomam providências para salvar
vidas. Neste domingo (10), o alvo foi o governador do Maranhão, Flávio Dino
(PCdoB).
Bolsonaro compartilhou em suas redes sociais um
vídeo em que um policial militar, com a bandeira do Maranhão estampada na
farda, pergunta se os passageiros de um ônibus estão se deslocando para
atividade essencial. O policial pede ainda que as pessoas que não tiveram uma declaração
de que vão trabalhar desçam do coletivo.
“Assim o povo está sendo tratado e governado pelo
PcdoB/MA e situações semelhantes em mais estados. O chefe de família deve ficar
em casa passando fome com sua família. Milhões já sentem como é viver na
Venezuela”, escreveu Bolsonaro, que reiteradamente desobedece e estimula as
pessoas a desobedecerem às recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS)
e de seu próprio Ministério da Saúde, no sentido de manter o isolamento social
para salvar vidas.
O Maranhão cumpre decisão judicial ao fiscalizar os deslocamentos
dos cidadãos. Em 30 de abril, a Justiça do estado decretou lockdown por 10
dias, a partir de 5 de maio, em quatro municípios da Região Metropolitana de
São Luís devido à situação do novo coronavírus na região. A decisão judicial
veio após pedido do Ministério Público do Maranhão (MPMA).
Flávio Dino reagiu a mais essa irresponsabilidade de
Bolsonaro em suas redes. “Bolsonaro inicia o domingo me agredindo e tentando
sabotar medidas sanitárias determinadas pelo Judiciário e executadas pelo governo.
E finge estar preocupado com o desemprego. Deveria então fazer algo de útil e
não ficar passeando de jet-ski para ‘comemorar’ 10 mil mortos”, afirmou.
O governador disse, ainda, que o presidente se
incomoda com as restrições porque se só ocupa com atividades não essenciais.
“Se Bolsonaro morasse em São Luís, não teria como se deslocar para apoiar
coronavírus, passear de jet-ski e fazer números de ‘humor’. Por isso ele se
preocupou com a restrição a atividades não essenciais. Afinal, o seu atual
cotidiano nada tem de essencial para a nossa Nação”.
Lockdown
Segundo a decisão que decretou o lockdown no
Maranhão, devem ser suspensas todas as atividades não essenciais, com exceção
de serviços de alimentação, farmácias, portos e indústrias que trabalham em
turnos de 24 horas. A entrada e saída de veículos nas áreas abrangidas está
proibida, com exceção de caminhões, ambulâncias, veículos transportando pessoas
para atendimento de saúde e atividades de segurança.
A circulação de veículos particulares está suspensa,
exceto para compra de medicamento, alimentos, atendimento de saúde ou serviços
considerados essenciais. Os bancos e lotéricas funcionam unicamente para
pagamento do auxílio emergencial, salários e benefícios e o uso de máscara
continua sendo obrigatório para quem de fato precisar sair às ruas.
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