Medida
também é uma recomendação do Conselho Nacional de Justiça. O ministro da Saúde
de Bolsonaro, Nelson Teich, quer “cooperação” e resiste a “tomar” leitos.
O governador do Maranhão. Flávio Dino (PCdoB),
publicou neste domingo (10) um decreto de requisição administrativa de leitos
de hospitais privados em São Luís, capital do estado, e em Imperatriz, a 630 km
da capital.
“Coronavírus deve ser a prioridade de todos, já que
infelizmente temos milhares de pessoas doentes no Brasil”, justificou Dino no
Twitter. Ele disse ainda que a determinação tem respaldo no artigo 5º, inciso
XXV da Constituição e em duas leis federais: 8.080/1990 e 13.979/2020.
“Não é ‘confisco’, já que há indenização. Não é
motivo para delirantes ataques ideológicos”, afirmou o governador, lembrando
que, pela Constituição e leis brasileiras, não existe diferenciação entre
pacientes da rede pública e pacientes da rede privada. “O SUS [Sistema Único de
Saúde] atende milhares de pessoas que têm planos de saúde. Se houver leitos
privados disponíveis, eles devem atender aos cidadãos”, defendeu.
A decisão do governador é também uma recomendação
feita no sábado (9) pelo Conselho Nacional de Justiça. Em documento divulgado
pela revista Exame, os magistrados recomendam que Unidades de Tratamento
Intensivos (UTIs) privadas sejam usadas contra a Covid-19 para desafogar os
sistemas públicos de saúde. Outros países, como Espanha e Irlanda, adotaram o
sistema da fila única.
“O cenário levantado indica que em determinados
Estados há escassez de leitos de UTI e de equipamentos em Saúde tanto no setor
público quanto no setor privado e em outros Estados há escassez no setor
público com ociosidade de leitos e equipamentos no setor privado”, diz o
documento do CNJ.
Ministro da Saúde resiste à medida
No entanto, o ministro da Saúde de Jair Bolsonaro,
Nelson Teich, resiste em decretar medida semelhante em território nacional.
Questionado por jornalistas na última semana, Teich
disse que conversará com o setor privado quando a situação chegar “no limite” e
disse que uma medida do tipo pode ter implicações no período posterior à
pandemia. Disse, ainda, que deve haver “cooperação” e não “tomada” de leitos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário