Um grupo formado por pelo menos seis
pessoas entrou no Hospital municipal Ronaldo Gazolla, unidade de referência no
tratamento da Covid-19 no Rio, e invadiu alas restritas a médicos e pacientes
na tarde desta sexta-feira.
De acordo com relatos de profissionais, uma
mulher, pertencente ao grupo, muito alterada, teria chutado portas, derrubado
computadores e até tentado invadir leitos de pacientes internados.
As pessoas seriam parentes de uma pessoa
que morreu por coronavírus na unidade nesta manhã. Revoltados, eles gritavam,
pelo quinto andar da unidade, que tinham direito de verificar os leitos, para
ver se estavam mesmo ocupados, e por vezes, ainda segundo relatos de quem
presenciou tudo, também gritavam: "Mentira! mentira!"
Testemunhas contaram, ainda, que uma
enfermeira, que cuidava de uma paciente idosa, precisou usar uma cadeira e
forçar a porta para conseguir impedir que uma das pessoas invadisse o quarto. A
confusão só teria terminado quando Guardas Municipais interviram e retiraram os
manifestantes.
– Escutei gritos, achei que era algum
paciente que estava com algum tipo de surto psiquiátrico. Foi quando uma mulher
passou correndo no corredor e começou a chutar e gritar, chutando as portas dos
pacientes que estavam na enfermaria – contou uma testemunha, que, por questões
de segurança, prefere não se identificar.
Em nota, a Secretaria municipal de Saúde
esclareceu o que ocorreu foi um tumulto causado por cinco pessoas de uma mesma
família que, desesperadas ao receberem a notícia da morte de uma parente
internada no local – uma senhora de 56 anos, ocorrida nesta manhã – entraram
alteradas na unidade, quebraram uma placa de sinalização e bateram uma porta,
causando danos. A SMS acrescentou ainda que vigilantes, guardas municipais de
uma viatura que fica baseada no hospital e integrantes da equipe assistencial
ajudaram a contornar a situação. Uma das pessoas da família, uma mulher,
precisou ser medicada para se acalmar.
– Eu não sei como conseguiram entrar. Nós
temos seguranças no prédio. Não sei se algum deles estava armado e conseguiu
intimidá-los... por vezes um homem chegava e falava: “Não encosta em mim!”,
como se intimidasse as pessoas – relatou um profissional. – Foi desesperador.
Todos gritavam para que eles não entrassem nos leitos. Estávamos numa situação
em que só pensávamos que não tínhamos como escapar.
Em uma das imagens mostradas por quem
testemunhou a confusão, é possível ver que uma das mulheres, que precisou ser
contida por guardas, deixou até os chinelos para trás. A Guarda Municipal ainda
não se manifestou.
Com informações do Extra
Nenhum comentário:
Postar um comentário