Em
entrevista ao Correio, ele disse que a oposição precisa deixar de lado as
divisões do passado e buscar um protagonismo em torno de soluções para os
graves problemas do país
Para
Dino, oposição também tem como papel ajudar o país a sair da crise, ''já que
Bolsonaro não tem esta agenda'' (foto: TvBrasilia)
Do Correio
Braziliense
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB),
desponta como um dos principais nomes da oposição para uma eventual disputa com
o presidente Jair Bolsonaro, nas eleições de 2022. Em entrevista ao Correio,
ele disse que a oposição precisa deixar de lado as divisões do passado e buscar
um protagonismo em torno de soluções para os graves problemas do país.
“Precisamos ter uma mensagem unificada, agora, para
facilitar a busca de um discurso único para 2022. Porque, se não criarmos um
clima positivo no atual momento, chegaremos nas eleições com um nível tal de
animosidade, de mágoa, que prejudicará o diálogo”, indicou o governador
maranhense. Confira a entrevista a seguir:
Quais são os principais desafios para
oposição?
“Em termos dos desafios, destaco três: o primeiro é
a resistência contra retrocessos, e isso tanto no plano democrático quanto no
plano dos direitos. O segundo papel é nós conseguirmos continuar pautando a
centralidade no combate ao coronavírus, que Bolsonaro tenta esconder embaixo do
tapete. E o terceiro tema, também central, é a questão econômica, em termos de
propostas com foco para gerar empregos. A minha visão é que a situação
econômica vai se deteriorar bastante no segundo semestre, e isso com
quebradeira de micros e pequenas empresas, a desorganização de cadeias de
oferta e demanda, de modo muito profundo. Isso vai gerar uma situação, a meu
ver, muito desafiadora para o país. Eu acho que é o papel da oposição
contribuir para o Brasil sair dessa crise, já que Bolsonaro não tem esta
agenda.
E para as eleições de 2022, a oposição
vai unida ou rachada?
Esses três desafios principais, dos quais eu falei
anteriormente, são muito importantes para a questão eleitoral, porque a atuação
unificada da oposição em torno desses três eixos ajuda a que nós possamos
diminuir tensões e gerar aproximações para que, em 2022, a gente tenha a mais
ampla união possível. Eu, na verdade,
não tenho a ilusão de que vamos juntar toda a oposição com uma só candidatura.
Eu, realmente, não acredito que a oposição estará unida em uma candidatura
única em 2022. Mas acredito que a gente deve tentar. Quanto mais união, melhor,
inclusive, para além da esquerda.
Então, seria importante a oposição
adotar, pelo menos, um discurso unificado até as eleições?
Precisamos ter uma mensagem unificada agora para
facilitar a busca de um discurso único para 2022. Porque, se não criarmos um
clima positivo agora, chegaremos nas eleições com um nível tal de animosidade,
de mágoa, que prejudicará o diálogo. E foi o que a gente viu em 2018. O
Fernando Haddad (PT) no segundo turno (da eleição presidencial), e o Ciro não o
apoiou. Então, nós temos que evitar isso. Como se evita isso? É mais ou menos
aquele negócio do flerte, do namoro, ou seja, existem etapas a cumprir. O
Bolsonaro, e essas correntes de extrema direita, eles têm aí um pedaço na base
eleitoral do país. Nós não podemos minimizar isso. E também tem as alternativas
ao centro. Então, se você não estiver no campo mais à esquerda, isso vai
dificultar a nossa união.
Será mesmo muito difícil essa união em
torno de um candidato único da oposição?
Infelizmente, sim. Sobretudo, por conta do peso do
passado. Há menos divergências quanto ao futuro do que em relação ao passado.
Então, no campo da esquerda, quando você vê críticas pontuais, nota-se uma
coisa curiosa: o debate nunca é focado no futuro, ou seja, o que é necessário
para a recuperação do país e o bem-estar da população.
Nenhum comentário:
Postar um comentário