Em
sessão plenária nesta terça-feira, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu
afastar os desembargadores Antônio Pacheco Guerreiro Júnior e Antônio Fernando
Bayma Araujo, além de instaurar Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para
investigar as denúncias sobre o fórum inacabado de Imperatriz (MA).
O
caso de desperdício de dinheiro público, que envolve desembargadores do
Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA), já chegou a ser alvo de ampla
reportagem do programa “Fantástico”, da Rede Globo. Contra o desembargador
Cleones Cunha, o corregedor do CNJ pediu o arquivamento do caso.
Contra Bayma pesa denúncia de supostas irregularidades na ingerência da doação do terreno para Construção do fórum, feita por uma empresa. Não existe contra o decano acusação de desvio de recursos.
As obras foram iniciadas no ano de 2013, sendo paralisadas em 2016 em razão de supostas irregularidades. No momento da paralisação, já haviam sido gastos R$ 75 milhões, com uma estimativa de que ainda faltariam cerca de R$ 180 milhões para a conclusão dos serviços.
Em
2018, o Tribunal de Contas do Estado (TCE-MA) fez uma auditoria e teria
encontrado mais irregularidades na construção do fórum, desde o processo
licitatório até a realização dos serviços. Entre as situações detectadas
estaria o superfaturamento da obra.
O
relatório do TCE-MA apontou, ainda, 24 responsáveis pelo atraso na construção,
sendo três desembargadores que foram presidentes do TJ-MA. Entre esses
magistrados, um deles já faleceu.
“Não
há superfaturamento na obra. São irregularidades sanáveis e formais que não
caracterizam nada de anormalidade”, disse o desembargador Antônio Guerreiro
Júnior, ex-presidente do TJ-MA.
Já
o desembargador Cleones Cunha, também ex-presidente da corte maranhense,
afirmou que agiu dentro do que determina a legislação. “Eu encontrei aquele
prédio naquela situação, parado, sem dinheiro em caixa e sem dotação
orçamentária. Eu sei que não fui omisso e deixei um tribunal saneado”, frisou.
Reclamação
disciplinar
As
denúncias geraram uma Reclamação Disciplinar requerida pela Associação dos
Magistrados Brasileiros, por meio da Corregedoria Geral de Justiça que teve
como principais alvos os ex-presidentes Guerreiro Júnior e Cleones Carvalho
Cunha.
Contrato
interrompido
Uma
construtora venceu a licitação, e a obra começou em junho de 2013. Começaram, a
partir daí, a aparecer problemas que o próprio Tribunal de Justiça, o
Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado viriam a detectar e relatar
mais para frente.
O
Tribunal de Justiça chegou a interromper o contrato da obra mais de uma vez.
Até que em 2016 parou tudo, por falta de recursos.
Em
2018, o Tribunal de Contas do Maranhão fez uma auditoria. “O Ministério Público
pediu apenas a suspensão. Mas o tribunal, a equipe de fiscalização do tribunal,
quando começou a trabalhar, evidenciou mais fatos polêmicos, solicitando,
inclusive, a ampliação da fiscalização, para pegar desde a licitação até a
última fase de execução”, afirma Fábio Alex de Melo, auditor de Controle
Externo.
Entre
os indícios de irregularidades, o TCE achou: “sobrepreço na ordem de 59,586
milhões”. Sobrepreço é uma diferença para mais entre o orçamento contratado e
um orçamento tido como padrão em um caso como esse.
Em
setembro de 2022, o Tribunal de Justiça do Maranhão deu início a uma nova etapa
de alinhamento de ações na busca de solução para o novo Fórum da Comarca de
Imperatriz, cujas obras encontram-se paralisadas. O presidente do TJMA,
desembargador Paulo Velten, esteve no município, onde se encontrou com o
ministro Vieira de Mello Filho, conselheiro do CNJ, para uma visita ao local.
O
acordo preliminar, após as rodadas de negociação, previu um reaproveitamento do
projeto original, com acentuada redução de custos e uma licitação de
reconfiguração para que o Tribunal pudesse finalizar, com recursos próprios,
duas das cinco torres da obra, além de dois salões do júri no bloco central, se
possível, até o final da atual gestão. Esta sugestão apresentada pelo
desembargador Paulo Velten foi considerada louvável, e a mais adequada para o
momento, por todos os participantes dos encontros realizados em dois dias
consecutivos.
Se fosse um trabalhador j estaria na gaiola!? Esses ai a punição vai ser aposentadoria clm salário integral! Chupa povo brasileiro
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