Luciana Paula Figueiredo foi levada à júri popular nesta terça-feira (31), em São Luís. Em 2020, ela foi flagrada tentando asfixiar a própria mãe idosa em um leito do hospital Carlos Macieira, em São Luís.
A
Justiça do Maranhão condenou, nesta terça-feira (31), a 19 anos e um mês de
prisão, Luciana Paula Figueiredo que foi flagrada tentando matar a própria mãe,
Ana Benedita Figueiredo, de 68 anos. O caso aconteceu em 27 de janeiro de 2020,
dentro do Hospital Carlos Macieira, em São Luís. A mãe teve alta um mês depois, mas terminou morrendo em abril do mesmo ano.
Luciana
Paula Figueiredo foi levada à júri popular em sessão realizada no 1º Tribunal
do Júri de São Luís, no Fórum Des. Sarney Costa, no Calhau. Após a votação dos
jurados, o juiz Gilberto de Moura Lima, leu a sentença que condenou a acusada.
A
tentativa de asfixia foi registrada por meio de vídeos feitos por acompanhantes
de outros pacientes que estavam em uma enfermaria do hospital. Eles perceberam
uma movimentação estranha no leito de Ana Benedita Figueiredo e registraram o
crime.
O
vídeo do caso repercutiu. Nas imagens é possível ver a idosa sendo asfixiada
pelo nariz e pela boca pela mão de Luciana, que ainda usa um lençol para
impedir que a vítima consiga respirar.
O
inquérito apontou que Luciana tentou sufocar a mãe com um pano e, ao perceber
que outras pessoas a observaram, tentou fazer parecer que estava limpando a
boca da vítima. Ainda conforme o inquérito, ela tentou sufocar a mãe novamente
até quando as técnicas em enfermagem chegaram ao leito da vítima.
Após
as técnicas saírem, Luciana ainda tentou mais uma vez asfixiar a mãe. Um
acompanhante de outro paciente, que estava na mesma enfermaria da idosa e
percebeu uma movimentação estranha no leito, filmou a ação e levou para a
enfermaria, que acionou a Polícia Militar do Maranhão (PMMA).
A
idosa, mesmo em condições frágeis de saúde, ainda tenta reagir levantando uma
das mãos para tentar conseguir tirar a mão do seu rosto, mas não consegue.
Ana
Benedita estava internada com um quadro grave de embolia pulmonar. Por ter
passado muito tempo sem respirar, ela teve que ser levada de volta para a
Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Presa
em flagrante
Na
época, Luciana tinha 32 anos e acabou presa em flagrante por tentativa de
homicídio triplamente qualificado. A mãe, Ana Benedita, teve complicações após
o caso, mas chegou a ter alta um mês depois. Porém, em abril, acabou morrendo.
Para
a polícia, uma das hipóteses para o crime é que Luciana estaria cansada de
cuidar de uma mãe idosa, que apresentava vários problemas de saúde. O
Ministério Público do Maranhão (MP-MA) denunciou Luciana por tentativa de
homicídio qualificado mediante asfixia.
Filha
negou o crime
Após
ser presa, Luciana Paula contou, em depoimento à polícia, que tomava um
medicamento para tratamento de doenças mentais e que colocou 12 gotas do
remédio (rivotril) em um copo com água para tomar, mas, por engano, deu à mãe.
Luciana
disse, ainda, que, quando percebeu o que havia feito, 'passou a verificar se a
idosa ainda estava respirando normalmente' e tentou reanimá-la colocando a mão
na boca e no nariz da mãe.
Em
um outro depoimento à polícia, ao ser questionada se é a favor da eutanásia,
Luciana respondeu que "os pacientes terminais deveriam ter o seu direito
de escolher".
A
defesa de Luciana também tentava provar que ela possui transtornos mentais e
pediu a instauração de incidente de insanidade mental no processo sobre o caso.
A Justiça determinou a avaliação biopsicossocial de Luciana, mas a conclusão
foi que, mesmo com os transtornos, ela é responsável pelo que aconteceu.
"A
perícia médica oficial não negara o fato de a acusada ser portadora de doença
mental (transtorno de personalidade emocionalmente instável), bem como afirmara
a necessidade de tratamento ambulatória, no entanto, conclui que a doença
mental em alusão não que lhe retirara a plena capacidade de entender o caráter
criminoso do ato praticado e de determinar-se de acordo com esse entendimento,
razão pela qual fora devidamente homologada por este Juízo declarando que a
acusada, ao tempo dos fatos, era plenamente imputável", diz o processo.
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