Coronel
Paulo Fernando é citado em investigação que mostrou como policiais, servidores
e empresários compraram veículos se passando por taxistas para obterem
descontos pelas isenções de impostos. Caso foi revelado pelo Fantástico.
O governador do
Maranhão, Carlos Brandão (PSB), afastou o comandante da Polícia Militar,
coronel Paulo Fernando Moura Queiroz. O anúncio foi feito nas redes sociais,
após o escândalo conhecido como 'máfia dos falsos taxistas', revelado pelo
Fantástico no último domingo (15).
Segundo o
governador, o afastamento acontece "para que as apurações se concluam com
a maior brevidade e total isenção". Em seu lugar, ficará o coronel
Pitágoras Mendes Nunes.
O coronel Paulo
Fernando foi citado, em uma reportagem do Fantástico, como um dos beneficiados
de um esquema ilegal para obtenção de placas para taxista para compras de
veículos novos com isenção de impostos.
Pessoas fingem
ser taxistas para comprar carros com desconto de até R$ 20 mil no Maranhão, diz
MP
Além do coronel Paulo Fernando, a Secretaria de Segurança Pública informou que os demais policiais que teriam sido beneficiados no esquema também foram afastados.
Segundo as
investigações, o coronel Paulo Fernando tem o registro de taxista em Bacabal,
que fica a 250 quilômetros de São Luís, e já teve dois carros comprados com
isenção de impostos.
O último é de
2021, que custou R$ 14 mil mais barato, como comprova a nota fiscal. Este ano,
o comandante admitiu – em documento encaminhado à Secretaria de Fazenda – que é
dono de uma vaga de taxista na cidade do interior.
Paulo Fernando
reconheceu que "não exerce atividade remunerada em transporte de
táxi", e solicitou oficialmente o cálculo dos impostos que não foram
cobrados para fazer o pagamento. Apesar disso, o MP afirma que a dívida ainda
não foi quitada.
Outro ponto que
chamou a atenção é que o carro do comandante não tem placa com números
vermelhos, obrigatória em veículos comprados com isenção na categoria táxi.
Por nota o
Detran do Maranhão informou que "não pode fornecer informações sobre
terceiros. Também reforça que a investigação é sigilosa para não comprometer os
trabalhos das autoridades", mas, não esclareceu como o carro do comandante
geral da PM foi emplacado como um veículo de passeio.
Como funcionava
o esquema
O esquema de
corrupção e sonegação de impostos no Maranhão foi descoberto em investigação do
Ministério Público do estado. Nele, pessoas se passam por taxistas e usam até
alvarás da profissão para comprar carros com descontos que chegam a R$ 20 mil.
São automóveis
novos, sofisticados e nada baratos, que circulam com placas com números
vermelhos, que indicam veículo de transporte comercial. Nesse caso, táxis. Mas
os donos desses carros não levam passageiros em São Luís (MA).
Os
investigadores fizeram um levantamento sobre quase 10 mil carros comprados com
isenção de impostos de 2020 até 2024 e encontraram indícios de fraudes no
emplacamento de 35% deles.
No papel, são
táxis, mas, na rua, são carros de empresários e servidores públicos (como
policiais militares), que nunca fizeram uma corrida.
No caso apenas
de servidores públicos, o MP afirma que 1.038 carros estão rodando com alvarás
(documento que permite o trabalho como taxista) irregulares.
"Não há
permissível legal que diga que um servidor público possa ter um alvará de
taxista", diz o promotor Giovanni Cavalcanti, coordenador do Grupo de
Atuação Especial de Combate à Fraude Fiscal Estruturada (Gaesp).
"Nós temos
também a regulamentação estadual que proíbe essas pessoas de usarem o benefício
fiscal para atividades que eles não estão autorizados", completa.
Pode isso Arnaldo, o comandante?
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