"Quando
uma presidente eleita é afastada por um crime que não cometeu, o nome que se dá
a isso num ambiente democrático é golpe", afirmou, cercada por
parlamentares e ex-ministros de seu governo no Palácio do Planalto, que
gritavam, em sua entrada: "Dilma guerreira da Pátria brasileira".
Confira a íntegra do discurso da presidente Dilma Rousseff
Agora é oficial. A presidente
Dilma Rousseff foi notificada pelo primeiro-secretário do Senado, senador
Vicentinho Alves (PR-TO), de seu afastamento do cargo por até 180 dias,
enquanto o processo de impeachment será conduzido no Senado.
Em seu discurso, Dilma denunciou
que o processo de impeachment é "frágil, juridicamente inconsistente,
injusto e desencadeado contra uma pessoa honesta e inocente".
"Quando uma presidente
eleita é afastada por um crime que não cometeu, o nome que se dá a isso num
ambiente democrático é golpe", afirmou, cercada por parlamentares e
ex-ministros de seu governo no Palácio do Planalto, que gritavam, em sua entrada:
"Dilma guerreira da Pátria brasileira".
"Eu já sofri a dor
invisível da tortura, agora sofro novamente a dor inominável da injustiça. O
que mais dói é a injustiça", declarou.
Dilma também lembrou que nunca
reprimiu opositores, alertando para o risco de que "um governo dos
sem-voto" venha a agir dessa maneira. Segundo ela, houve "uma espécie
de eleição indireta" para que o vice Michel Temer assumisse o poder.
Disse que o impeachment é fraudulento,
um verdadeiro golpe. “Causaram instabilidade política. Não me deixaram governar
para tomar o poder à força”, disse Dilma, acrescentando que não cometeu nenhum
crime de responsabilidade, não tem contas no exterior e nem recebeu dinheiro de
propinas.
“Esse é um processo injusto.
Posso ter cometido erros, mas não cometi crimes. Não existe injustiça mais
devastadora que condenar uma pessoa inocente. Sou julgada injustamente por
fazer o que era permitido por lei”, ressaltou.
A presidente disse também que
tem orgulho de ser a primeira mulher eleita presidente do Brasil e que vai
lutar para exercer seu mandato até o fim, acrescentando que o destino reservou
a ela grandes desafios. “'Estou sendo vítima de uma farsa política e jurídica. Lutei a minha
vinda inteira pela democracia e continuarei lutando”, disse.
Ao final, Dilma disse que a
população saberá dizer não ao golpe e pediu para que todos permaneçam
mobilizados. “A luta pela democracia não tem data para terminar. A luta contra o
golpe é longa e nós vamos vencer. A história é feita de luta. Jamais vou
desistir de lutar!”, finalizou.
Por volta das 9h40 parlamentares
da base aliada começavam a chegar ao Palácio, em apoio à presidente. A deputado
Maria do Rosário (PT-RS) disse que o governo do Michel Temer é ilegítimo e que
o PT fará oposição ao governo do vice-presidente. Também estiveram presentes,
em solidariedade a Dilma, dezenas de senadores e ministros do governo Dilma.
A presidente chegou as 9h48 ao
Planalto nesta quinta. A votação dos senadores que decidiu pelo afastamento,
por 55 votos a 22, foi concluída no início desta manhã.
Com informações do Brasil 247
Com informações do Brasil 247
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