Carlos Eduardo Cherem
Colaboração para o UOL, em Belo
Horizonte
O deputado federal Edson Moreira da
Silva (PR-MG), que foi responsável pelo inquérito do desaparecimento de Elisa
Samudio, afirmou nesta sexta-feira (24) que a soltura do goleiro Bruno
Fernandes, 32, pode encerrar de vez a possibilidade de encontrar o corpo de
Samudio. "Com a liberdade dele, o corpo nunca mais vai ser encontrado. Ele
não vai deixar", disse Moreira.
O ministro do STF (Supremo Tribunal
Federal) Marco Aurélio Mello concedeu habeas corpus para soltar o ex-goleiro do
Flamengo Bruno Fernandes de Souza, 32, preso desde 2010. Ele foi condenado em
2013 a 22 anos e 3 meses de prisão, em regime fechado, por homicídio
triplamente qualificado e ocultação de cadáver contra a ex-amante, Eliza
Samudio, além de sequestro e cárcere privado do filho que ele teve com Elize.
O ex-delegado disse que Bruno continuaria
influenciando as pessoas que poderiam falar sobre o assunto, a maioria delas
presa. Moreira criticou ainda a decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal
Federal) Marco Aurélio de Mello, responsável pela decisão que soltou o
ex-goleiro: "É polêmico por natureza".
"Estou muito chateado com essa
decisão. A polícia fez o seu trabalho. Fez um trabalho perfeito na
reconstituição do crime, do sequestro, da morte e da ocultação do cadáver. É
preciso que a Justiça faça a parte dela", afirmou o deputado.
Para Moreira, o ministro Marco Aurélio
não considerou a gravidade dos crimes cometidos por Bruno. "Não faz
sentido (a concessão da liberdade a Bruno). Foi uma decisão falha, que não se
fundamentou na gravidade dos crimes. O ministro, inclusive, foi um dos que
votaram a favor de um réu em segunda instância ser preso imediatamente. Como
toma essa decisão agora? Isso é contraditório", afirmou o parlamentar.
Para o ex-delegado, "a mensagem
dessa soltura é de que o crime compensa. Que se pode fazer de tudo, matar,
estuprar, e ficar impune. Bruno deveria cumprir todo o tempo de prisão que
recebeu por ter cometido esse crime bárbaro"
É só ver o caso do meu filho, Brunno Matos, para verificar que realmente o crime compensa.
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