Deputada
indicada ao Ministério do Trabalho é investigada por ter pagado a traficantes
para fazer campanha em 2010
A defesa da deputada federal Cristiane
Brasil (PTB-RJ), indicada para ser ministra do Trabalho, afirmou que o
inquérito policial do qual ela é alvo por suspeitas de tráfico de drogas e
associação ao tráfico se baseia numa denúncia “apócrifa”.
“Tudo isso que está sendo falado é de
uma denúncia apócrifa e nada disso foi confirmado no inquérito. Nada deu ensejo
a um ajuizamento penal. Até uma pessoa que não existe pode ser acusada de
alguma coisa”, disse o advogado André Miranda. Procurada, a parlamentar não quis
dar entrevista.
A investigação que atinge a parlamentar,
impedida pelo Judiciário de assumir a o ministério, se refere à campanha
eleitoral de 2010. O procedimento foi aberto inicialmente pela Polícia Civil
após denúncias encaminhadas por e-mail à Ouvidoria da corporação.
Os denunciantes, cujas identidades foram
preservadas, relataram que assessores de Cristiane, que na época era vereadora
licenciada e comandava uma secretaria municipal do Rio na gestão de Eduardo
Paes (MDB), pagaram a traficantes do bairro de Cavalcanti para terem o “direito
exclusivo” a fazer campanha na região.
Cristiane não se candidatou em 2010, mas
naquele ano deu apoio para a candidatura do hoje deputado estadual Marcus
Vinícius (PTB), então seu cunhado, à reeleição. Ela se candidatou e foi eleita
deputada em 2014. Cristiane e Vinicius negam todas as acusações.
Além de Cristiane, também são
investigados Marcus Vinícius e três assessores dela. A investigação foi
enviada ontem à Procuradoria-Geral da República, em Brasília, porque Cristiane
possui foro privilegiado.
Por meio de nota, a assessoria do
deputado Marcus Vinícius disse que ele prestou esclarecimentos sobre uma
“denúncia anônima” e alegou “motivações políticas de algum adversário
incomodado com a atuação do parlamentar na região”. Em seu depoimento à Polícia
Civil, Vinicius alegou que nunca teve envolvimento com traficantes ou qualquer
pessoa ligada a atividade ilícita.
Ele admitiu, porém, que, em 2010, esteve
em várias comunidades carentes “com o objetivo de fazer campanha política para
a reeleição ao cargo de deputado estadual”. Afirmou que durante as visitas “não
viu nem entrou em contato com qualquer pessoa ligada à atividade ilícita do
tráfico de drogas”.
(Com Estadão Conteúdo)
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