O Instituto Gerir, que teve seus
contratos para a administração de três hospitais suspensos pela SES, disse que
houve um calote de R$ 63 milhões por parte do governo.
O Gerir era responsável pela
administração do Hospital Carlos Macieira, do Hospital de Trauma e Ortopedia e
do Hospital Macrorregional Dra. Ruth Noleto.
“A Secretaria da Saúde descumpriu o
contrato ao não pagar o Instituto Gerir. O calote é de R$ 63 milhões. Os
valores são referentes às dívidas com o Instituto Gerir na administração dos 3
hospitais. A Secretaria da Saúde foi notificada por diversas vezes para pagar
essa dívida. Esses documentos seguem no anexo. Nunca pagou e, por fim, para
fugir do pagamento, decidiu suspender o contrato. O calote de R$ 63 milhões
será cobrado judicialmente”, diz trechos da nota.
O Gerir acrescenta que toda a prestação
de contas da administração dos hospitais era feita periodicamente e que jamais
houve qualquer tipo de notificação oficial que demonstrasse o contrário. “Jamais
foi feita qualquer comunicação por parte da secretaria cobrando outro tipo de
esclarecimento além dos previstos contratualmente e que eram prestados pelo
Gerir”, segue a nota.
Segundo o instituto, o calote implicou
também nos atrasos ao pagamento de prestadores de serviço e fornecedores dos
hospitais administrados. “A suspensão do contrato, portanto, se deu de maneira
arbitrária com a única finalidade fugir
do pagamento da dívida”, diz o Gerir.
SES diz que Instituto
Gerir foi notificado 19 vezes antes de ter contrato suspenso
A Secretaria de Estado da Saúde informa que
o Instituto Gerir, que administrava três unidades hospitalares no Maranhão,
vinha sendo notificado desde junho de 2017 sobre imprecisões em sua prestação
de contas. Foram 19 notificações ao todo – 11 no ano passado e 8 este ano.
Mesmo assim, o instituto continuou a não
cumprir suas obrigações, o que motivou a Secretaria de Estado da Saúde (SES) a
suspender o contrato com a organização social.
Nas notificações, a SES pedia mais
documentos que comprovassem a prestação de contas.
Em novembro de 2017, por exemplo, a SES
comunicou que o instituto tinha até dezembro do mesmo ano para responder a
dúvidas no relatório de prestação de contas referente a agosto. Faltavam
comprovantes na prestação de contas.
O Gerir não atendeu o conteúdo das
notificações, restando ao Estado a suspensão do contrato, para preservar o
interesse público.
Para não prejudicar os pacientes e os
funcionários, a administração das três unidades que estavam com o instituto foi
trocada por outras instituições cadastradas.
Confira
a íntegra da nota do Instituto Gerir
Sobre
a suspensão dos contratos de administração do Hospital Carlos Macieira, do
Hospital de Trauma e Ortopedia e do Hospital Macrorregional Dra. Ruth Noleto,
feitas abritrariamente pela Secretaria de Estado de Saúde do Maranhão, o
Instituto Gerir esclarece que:
A
Secretária da Saúde mente e tenta tapar o sol com a peneira ao transferir suas
responsabilidades. Os principais prejudicados por isso são, como sempre, os
cidadãos maranhenses;
A
Secretaria da Saúde descumpriu o contrato ao não pagar o Instituto Gerir. O
calote é de R$ 63 milhões. Os valores são referentes às dívidas com o Instituto
Gerir na administração dos 3 hospitais;
A
Secretaria da Saúde foi notificada por diversas vezes para pagar essa dívida.
Esses documentos seguem no anexo. Nunca pagou e, por fim, para fugir do
pagamento, decidiu suspender o contrato;
O
calote de R$ 63 milhões será cobrado judicialmente;
Toda
a prestação de contas da administração dos hospitais era feita periodicamente.
Jamais houve qualquer tipo de notificação oficial que demonstrasse o contrário.
Jamais foi feita qualquer comunicação por parte da secretaria cobrando outro
tipo de esclarecimento além dos previstos contratualmente e que eram prestados
pelo Gerir;
O
calote implicou também nos atrasos ao pagamento de prestadores de serviço e
fornecedores dos hospitais administrados pelo Gerir;
A
suspensão do contrato, portanto, se deu de maneira arbitrária com a única finalidade fugir do pagamento da
dívida;
Como
tem sido noticiado pela imprensa maranhense, em toda a saúde do Estado faltam
remédios, leitos e servidores. Esse tipo de caso, infelizmente, tem se tornado
cada vez mais constante – e nenhuma dessas denúncias partiu do Instituto Gerir;
O
calote e a suspensão ilegal do contrato com o Gerir não são as únicas decisões abritrárias
tomadas pelo atual secretário de Saúde, Carlos Lula. O mesmo secretário acaba
de escolher outras Organizações Sociais para assumir a gestão dos hospitais sem
licitação ou qualquer tipo de concorrência, como manda a lei.
Essas
medidas, todas flagrantemente ilegais, estão sendo questionadas judicialmente;
Por
fim, lamentamos que a gestão da Saúde do Maranhão ainda esteja sob
responsabilidade de uma pessoa investigada pela Polícia Federal por suspeitas
gravíssimas, como é de conhecimento público.
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