Por Mino Pedrosa, do Blog Quidnovi.com.br
O que parecia ser uma operação para a
prisão de um contraventor do jogo clandestino (leia-se máquinas de caça
níqueis) e vincular o crime a políticos de oposição, trouxe à luz um dos
maiores lobistas e empresários atuante nos Governos Federal, Estaduais e municipais.
Seu nome Carlos de Almeida Ramos: o Carlinhos Cachoeira. O Quidnovi traz com
exclusividade o que será o maior escândalo dentro da Operação Monte Carlo.
O presidente do grupo Delta, o maior
fornecedor do Governo Federal e detentor de quase todas as obras do PAC,
Fernando Cavendish, é flagrado como sócio oculto de Carlos Cachoeira, através
do presidente executivo do grupo Carlos Pacheco. Há algum tempo Carlinhos era o
responsável pelas operações da Delta no Centro-Oeste. E na tentativa de flagrar
o contraventor do jogo, a Operação Monte Carlo acabou desmontando um esquema
muito maior, envolvendo políticos de todos os escalões dos Governos Federal e
Estaduais.
Carlinhos Cachoeira começou sua parceria
com a Delta no Governo de Goiás, através de Marconi Perillo (PSDB). O
governador estava entregando para Carlinhos concessões em todo o Estado até vir
à tona a Operação Monte Carlo. No Distrito Federal o esquema não era diferente.
Pelas mãos de Agnelo Queiroz a Delta desbravou Brasília e entorno “cuidando” do
lixo e fazendo manobras em todas as áreas, como por exemplo na Saúde, com o
laboratório de genéricos; e na Segurança; com as máquinas de caça níqueis.
Mas a Delta tem mesmo um grande aliado é
no Rio de Janeiro: o governador Sérgio Cabral. Há indícios que Cabral teria
colocado nas mãos de Cavendish grande parte das obras sem licitações, além de
ter feito a ponte com o presidente Lula tornando a Delta a maior fornecedora do
Governo Federal.
Cavendish em reunião de diretoria da
empresa fala abertamente como age para conseguir negócios nos governos
comprando políticos e recrutando agentes ( leia-se arapongas) para se municiar
de informações para facilitar a corrupção a preços mais baixos.
Cavendish e Cachoeira costumam usar a
mesma linguagem com seus interlocutores. São simpáticos, solícitos,
patrocinadores de orgias com mulheres e bebidas requintadas, viagens ao
exterior para políticos e familiares. Com as informações da rede de arapongagem
descobrem os “pontos fracos” de cada pessoa alvo, para serem utilizados na hora
certa e no momento exato.
Até agora, a Operação Monte Carlo não
apresentou o bicheiro Carlinhos Cachoeira. O que realmente aparece é o lobista
e mega empresário corrompendo políticos, autoridades, polícia, funcionários
públicos de alto e baixo escalão, jornalistas… e, em menor grau, surge o
empresário do jogo com máquinas de caça-níqueis.
O Quidnovi revela agora a conversa
gravada numa reunião da Delta, quando
Fernando Cavendish fala com os sócios entre eles Carlos Pacheco, também sócio de
Cachoeira, “discutia o que pensa da
política e dos políticos brasileiros de maneira geral: “Se eu botar 30 milhões
de reais na mão de políticos, sou convidado para coisas para ‘c…’. Pode ter
certeza disso!”. E disse ainda que com alguns milhões, seria possível até
comprar um senador para conseguir um bom contrato com o governo: “Estou sendo
muito sincero com vocês: 6 milhões aqui, eu ia ser convidado (para fazer
obras). Senador fulano de tal, se (me) convidar, eu boto o dinheiro na tua
mão!”
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