Familiares do contraventor Carlinhos Cachoeira irão depor na CPI
Filiais
em cinco estados terão dados bancários, fiscais e telefônicos divulgados desde
2002
Chico
de Gois
Paulo
Celso Pereira
O
Globo

Nesta
quinta-feira, 77 requerimentos de oitivas foram aprovados, para que falem à CPI
as pessoas mais próximas a Cachoeira. Foram chamados para depor sua ex-mulher,
Andréa Aprígio, e o ex-cunhado, Adriano Aprígio. Os requerimentos para ouvir o
pai do contraventor, Sebastião de Almeida Ramos, e o irmão, Marcos Antonio de
Almeida Ramos, também foram aprovados hoje. Além disso, o irmão do senador
Demóstenes Torres (sem partido-GO), o procurador Benedito Torres, também foi
chamado a falar para a CPI. A atual mulher de Cachoeira, Andressa Mendonça, no
entanto, não foi convocada.
A
CPI também se aproxima do governo do Distrito Federal: o chefe de gabinete do
governador Agnelo Queiroz, Claudio Monteiro, é mais um dos que a Comissão quer
ouvir. Outros membros do grupo de Cachoeira foram chamados para depor. Os
delegados da Polícia Federal, Fernando Byron e Deuselino Valadares dos Santos,
também foram chamados.
A
quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico de diversas empresas vinculadas
ao esquema do contraventor também foi aprovada nesta sessão. Os parlamentares
também vão requisitar informações ao Conselho de Controle de Atividades
Financeiras (Coaf) da movimentação suspeita de várias empresas e pessoas. No
entanto, até agora a CPI não aprovou nenhum requerimento referente à
construtora Delta ou ao seu ex-administrador, Fernando Cavendish. Também ficou
de fora a convocação dos governadores.
Ainda
foi aprovada quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônico do sobrinho do
Cachoeira, Leonardo Ramos.
CPI
derruba requerimento para separar gravações de jornalista
A
CPI desistiu nesta quinta-feira de colocar em votação um requerimento para que
as gravações entre o jornalista Policarpo Jr., da revista "Veja", e
Cachoeira, e outras entre o jornalista e membros da organização criminosa
fossem separadas de todo o processo. O requerimento foi apresentado pelo
senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), com apoio do PT.
O
clima ficou tenso, com diversos parlamentares criticando a iniciativa,
argumentando que, no fundo, o que setores do PT e o próprio Collor queriam era
uma revanche, além de perseguir a liberdade de imprensa. Depois de muita
discussão, o relator, deputado Odair Cunha (PT-MG) declarou prejudicada a
votação.
Logo
no início dos trabalhos, o relator quis votar, em conjunto, vários
requerimentos. Ele alegou que, para melhor encaminhamento, faria blocos. Num
deles, incluiu a quebra de sigilos e requisição de servidores. A intenção de
Cunha era ler apenas os números dos requerimentos, sem informar do que se
tratava. Coube ao deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) pedir para que ele lesse o
assunto. Num dos documentos, Collor queria que fosse solicitadas gravações em que
aparecem o jornalista da "Veja".
Miro
pediu que o requerimento fosse votado separadamente, para que não corresse o
risco de ser aprovado. Collor foi o primeiro a defender seu pedido:
-
Acredito que o deferimento do requerimento seja fundamental para que possamos
detectar com clareza e profundidade até onde foi e vai essa coabitação
criminosa entre este jornalista e o grupo criminoso - disse.
-
Meu requerimento é no sentido de que pincemos os trechos para que fique
comprovado que houve conluio, mancomunado entre Policarpo e Cachoeira -
concluiu, deixando claro sua intenção.
Paulo
Teixeira (PT-SP) foi outro que defendeu o destaque do documento apresentado por
Collor.
-
Este jornalista está sendo investigado nessa operação. Não há prejulgamento.
Ele está sendo investigado. Se não estivesse, não teríamos ligações constantes
- discursou.
Para
Miro e outros parlamentares, o que está havendo é uma perseguição por questões
políticas.
-
Aprovamos um requerimento que genericamente pede a requisição do material
bruto. Destacar uma pessoa ou outra é submetê-la a um regime diferenciado que
pressupõe culpa.
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