FERNANDA ODILLA
FOLHA/DE BRASÍLIA
O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência da República) classificou de "desespero" as novas revelações de Marcos Valério de Souza ao Ministério Público Federal. Ele é apontado como o operador do mensalão e citou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em novo depoimento ocorrido em final de setembro.
Segundo reportagem da revista "Veja" desta semana, Valério declarou à Procuradoria que o PT lhe pediu dinheiro para silenciar pessoas ligadas ao assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, em 2002. Com base no relato do empresário, a revista afirma que, em 2003, o ex-presidente Lula e o ministro Gilberto Carvalho, então chefe de gabinete de Lula, estavam sendo chantageados por figuras suspeitas de ter participação no crime.
Segundo a revista Veja, Valério diz que se recusou a colaborar e que um banco arranjou o dinheiro para os petistas. O jornal "O Estado de S. Paulo" afirmou que Valério revelou, em depoimento à Procuradoria-Geral da República em setembro, ter repassado dinheiro ao empresário de Santo André Ronan Maria Pinto, apontado pelo Ministério Público como integrante de um esquema de cobrança de propina na prefeitura paulista. O empresário nega.
Na manhã desta segunda-feira, o ministro Gilberto Carvalho se reuniu com a presidente Dilma Rousseff, mas disse que o tema não foi tratado na conversa. "Não tocamos nesse assunto porque não consiste. Nunca vi Marcos Valério, nunca falei com ele nem por e-mail nem por nada. A presidente sabe das coisas", disse logo após uma cerimônia no Palácio.
Carvalho encara como inócuas as tentativas de envolver o nome do ex-presidente Lula ao esquema de Marcos Valério. Ele também afirma que não pretende acionar Valério na Justiça. "Não vou me dar o trabalho disso, tenho muito mais coisa a fazer na vida, muito movimento social para cuidar".
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